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Georgius Gemistus Pletho's criticism of Plato and Aristotle
Georgius Gemistus Plethon
Excertos de Giovanni Reale, HISTÓRIA DA FILOSOFIA
Pormenor da parte direita do quadro “Escola de Atenas” de Rafael (cf. pp. 14-15), que mostra Zoroastro, ostentando na mão um globo representando o céu (a figura que está diante dele tem na mão o globo terrestre; a posição peculiar indica a influência do céu sobre a terra). Zoroastro viveu sete séculos antes de Cristo. Os renascentistas consideravam-no autor dos Oráculos caldeus, cujas doutrinas mágico-teúrgicas tiveram ampla influência (na realidade, os Oráculos são uma obra da época imperial). Juntamente com Hermes Trismegisto e com Orfeu, Zoroastro contribuiu para criar a peculiar têmpera espiritual que diferencia o Renascimento tanto da Idade Média como da época moderna.
Isso é o que se conseguiu estabelecer até hoje. Mas os renascentistas não pensavam assim, induzidos que foram a grave erro por abalizado douto bizantino, Jorge Gemisto, nascido em Constantinopla por volta de 1355, que se fez denominar Pleton. Considerando ser Zoroastro o autor dos Oráculos caldeus (induzido em erro por um de seus mestres) e indo para a Itália por ocasião do Concílio de Florença, ministrou lições sobre Platão e sobre a doutrina dos Oráculos, acreditando-os como expressão do pensamento de Zoroastro e suscitando notável interesse por eles.
Assim, Zoroastro foi considerado como profeta (“priscus theologus”), sendo por vezes apresentado até como anterior a Hermes ou como primeiro por cronologia e dignidade junto a ele. Na realidade, Zoroastro (= Zaratustra) foi reformador religioso iraniano do século VII/VI a.C, que não tem nada a ver com os Oráculos Caldeus.
Esse novo equívoco, portanto, contribuiu grandemente para a difusão da mentalidade mágica no Renascimento.