ékstasis: sair de, êxtase, união mística ver agnostos. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)
O êxtase designou originalmente um extravio do espírito, uma perturbação do pensamento em Hipócrates; Platão aí via uma forma de delírio ou de entusiasmo. Aristóteles (ou pelo menos o aristotelismo) o aproximava da epilepsia e o atribuía a Hércules. A seguir o termo recebeu um valor místico. Sua interpretação etimológica (com existhasthai, “se pôr fora de si”, donde “estar fora de si”) torna possível uma utilização metafísica (Heidegger).
O êxtase permite compreender o amor sob a forma mística: aquele tem sua origem em Platão — de dois seres que se tornam um só (O Banquete), ou melhor à visão da beleza daqui de baixo tomam-se asas para a beleza verdadeira (Fedro) —, ou em Plotino: “frequentemente me desperto a mim mesmo em me escapando de meu corpo” (Enn. IV, 8, 1). Mas o amor místico se exprime sobretudo na célebre fórmula: a alma está mais verdadeiramente onde ela ama que onde ela anima, quer dizer que onde ela dá vida ao corpo” (Dionísio o Arepoagita). (Notions Philosophiques)