Enéada VI, 4 – Sobre a razão pela qual o ser, uno e idêntico, é por toda parte inteiro

Plotin Traités 22-26. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2004

Este tratado juntamente com o , que deveriam formar originalmente um único tratado, expõem a teoria plotiniana da participação do sensível no inteligível. Embora seja uma importante questão para o platonismo, não recebeu solução detalhada de Platão. Quando discute da participação do receptáculo às formas inteligíveis, Platão se contenta em sublinhar o caráter misterioso e embaraçador deste fenômeno ( 50c e 51a-c). Plotino forja portanto, ele mesmo, argumentos apropriados, porque deseja justificar a participação e elucidar o funcionamento. É que adere sem reserva a esta doutrina. Desde seus primeiros tratados, admite dois princípios caros aos platônicos: a forma inteligível esta presente inteiramente em cada uma das coisas sensíveis ( 131a-b; a alma do mundo se estende ao universo inteiro ( 34b-36e). estes princípios ocupam um lugar privilegiado na economia dos tratados , , , e , dos quais este tratado e o retomam e defendem as teses. Temos sem dúvida nestes dois últimos tratados a exposição mais completa, em Plotino, do ser inteligível, de seu poder, de sua extensão, como da maneira pela qual o sensível dele depende, quer dizer da participação.