Tratado 51 (I, 8) – Da natureza e origem dos males

Plotin Traités 51-54. Traductions sous la direction de Luc Brisson et Jean-François Pradeau


Plotino mobiliza neste tratado todos os recursos do platonismo para tentar resolver o problema do mal. O duplo questionamento do título dado por Porfírio — o que é o mal? donde vem? — constitui de fato um só e único problema: em definindo o que é o mal se terá também localizado sua origem, posto que a essência do mal, o “mal em si” (autokakakon, cap. 8, 42), é também a causa primeira de todas as formas de mal. A démarche de Plotino é portanto de se esforçar por hipostaziar o mal, de lhe dar uma existência absoluta, separada de todo ser, quer se trate do ser sensível do corpo ou do ser inteligível da alma. Os males dos quais se pode fazer imediatamente a experiência, os sofrimentos do corpo e os desfuncionamentos da natureza, as fraquezas e os vícios da alma, não poderiam pretender, apesar de seu caráter obsessivo ou alienante, ao estatuo de princípio: eles não são senão males derivados e secundários, dos efeitos do mal. Deve-se visualizar desde então o mal como o simétrico inverso do Bem: assim como o Bem engendra nos seres bens secundários, da mesma maneira o mal absoluto produz males acidentais.


A seguir versões em inglês, francês e espanhol do tratado. Para uma apresentação mais detalhada do tratado, por parágrafo ou capítulo, com comentários visite Eneada-I-8.

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