gr. ainigma = enigma
O enigma não tem nada a ver com as formas literárias de modo geral, nem com a alegoria em especial, embora a alegoria também permaneça enigmática para o ouvinte não iniciado. O ainigma, “dito obscuro”, “ditado enigmático”, é encontrado desde Píndaro e Esquilo (PV 613). É o oposto de haplous logos, uma “palavra simples, direta ou singela” e se relaciona, quanto à origem (como em Ing. e Heb.) com o vb. “ler” (Ing. “read”, Ing. Ant. rede, “tomar conselho”, “aconselhar”, “recomendar”; cf. paraineo, “exortar”, “recomendar”, “aconselhar”; aineõ, “louvar”, “aprovar” “recomendar”). O enigma gosta de empregar a forma literária da metáfora, mas deve ser entendido mais como um “dito sábio”. O enigma, portanto, era considerado uma pedra de toque da sabedoria. O enigma pertence realmente à fala oracular e profética. Deste modo, os ditos da Sibila, por exemplo, podiam ser enigmáticos (Sib. 3,811-812; cf. Sófocles, AT 1525; Eurípides,1688, etc.). (DITNT)