aiôn: período de vida, eternidade, eão
1. No seu uso mais antigo e não filosófico, aion significa um período de vida; a sua introdução como conceito na filosofia pode encontrar-se em Parmênides, fl. 8, linha 5, onde a negação do devir (gênesis) no verdadeiro ser (ver on) conduz ao seu corolário, a negação das distinções temporais «passado» e «futuro» e à afirmação do presente como absoluta simultaneidade. Melisso interpreta isto como apeiron, sem limite, continuando sempre (fls. 2, 3, 4, 7), uma noção posteriormente distinta da de aidios, perduração no tempo, e o mesmo tipo de interpretação pode encontrar-se em Aristóteles, De coelo I, 279a onde aion abrange «todo o tempo mesmo até à infinidade (apeiron)».
2. A distinção fundamental entre tempo (chronos) e aion implícita em Parmênides torna-se completamente explícita em Platão, Timeu 37d onde o tempo é criado para servir como imagem (eikon) da situação das eide, das quais Platão, como Parmênides, baniu toda a gênesis, ou, como Plotino põe a questão (Enéadas III, 7, 4), aion é o «modo de existência» do Ser. Mas a admissão feita por Platão, por intermédio da alma, de nous e kinesis no mundo inteligível cria um problema desconhecido do universo estático de Parmênides. A solução pode encontrar-se na discussão de Aristóteles do Primeiro Motor cujo «período de existência» (aion) é sem fim (aidios), Metafísica 1072b; a razão disto é o tipo peculiar de atividade implicada numa noesis pensando-se a ela própria, o que Aristóteles chama «a atividade da imobilidade» (energeia akinesias) na Ethica Nichomacos 1154b. Isto é o alicerce do modo de tratar a eternidade tanto em Plotino, Enéadas III, 7, 4 como em Proclo, Elem. theol, prop. 52; Proclo na proposição que se segue, hipostasia aion enquanto uma substância separada, provavelmente em consequência de uma prática semelhante no pensamento religioso grego posterior. Ver chronos. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)
THE ETERNAL, to aionion, that which has a never-ending subsistence, without any connection with time; or, as Plotinus profoundly defines it, infinite life at once total and full.