====== Filebo 20c-23a — Características do Bem ====== Sócrates – Porém antes ponhamo-nos de acordo acerca de uns pontinhos secundários. Protarco – Quais serão? Sócrates – É de necessidade forçosa que a natureza do bem seja perfeita? Ou será imperfeita? Protarco – Terá de ser o que há de mais perfeito, Sócrates. Sócrates – E agora, o bem é suficiente? Protarco – Como não? Nesse particular, exatamente, é que ele ultrapassa tudo o mais. Sócrates – Como também devemos afirmar, segundo penso, com absoluta convicção, que todo ser dotado de discernimento o procura e se esforça por adquiri-lo em definitivo, sem preocupar-se de nada destituído de qualquer conexão com o bem. Protarco – Contra isso não há objeção possível. Sócrates – Examinemos, então, e julguemos a vida do prazer e as sabedoria, tomando cada uma em separado. Protarco – Que queres dizer com isso? Sócrates – Não admitamos nenhuma sabedoria na vida do prazer nem prazer na da sabedoria. Se um dos dois for o bem, não necessitará de mais nada, e se qualquer deles se revelar como carecente de algo, só por isso não poderá ser considerado o verdadeiro bem,. Protarco – Como fora possível? Sócrates – Permites que façamos essa experiência contigo? Protarco – Perfeitamente; Sócrates – Então, responde. Protarco – Podes falar.