====== Filebo 66a-66d — Gerações do Bem e sua hierarquia ====== Sócrates – Então, Protarco, proclamarás a todos, por meio de mensageiros, ou de viva voz para os presentes, que o prazer não é o primeiro dos bens, nem mesmo o segundo, mas que o primeiro é a medida e o que for moderado e oportuno, e o mais a que possamos atribuir qualidades semelhantes concedidas pela natureza. Protarco – É o que será lícito concluir do que dissemos antes. Sócrates – O segundo bem é a proporção, o belo, o perfeito, o suficiente e tudo o que faz parte da mesma família. Protarco – Pelo menos, assim parece. Sócrates – E agora, sendo eu bom adivinho, se atribuíres o terceiro lugar à inteligência e à sabedoria, não te afastarás muito da verdade. Protarco – Sem dúvida. Sócrates – E no quarto lugar, não poremos o que declaramos só pertencer à alma; os conhecimentos, as artes e as chamadas opiniões verdadeiras? Por virem depois da terceira classe, formam a quarta, dado que sejam, realmente, mais afins ao bem do que o prazer. Protarco – É possível. Sócrates – A Quinta classe abrange os prazeres que definimos como isentos de dor e denominamos prazeres puros da própria alma, acompanhantes dos conhecimentos ou das sensações. Protarco – É possível. Sócrates – E agora, como diz Orfeu, Arrematai vosso canto sublime na sexta linhagem. Parece que nosso discurso também chega ao fim no sexto julgamento. Só nos resta coroar tudo o que expusemos até aqui. Protarco – É como devemos proceder.