====== Prática Religiosa ====== RSS1 Todo o tema da prática religiosa é iluminado pela honestidade intelectual de Porfírio, que o leva a expressar dúvidas sobre como sacrifício, teurgia, oração, magia, adivinhação e forças demoníacas podem funcionar. Embora Porfírio tenha sido considerado o maior flagelo intelectual dos cristãos na Antiguidade, e seu //Contra os Cristãos// tenha sido queimado duas vezes, ele levantou questões igualmente investigativas para seus correligionários e, de certa forma, aproxima-se de seus oponentes cristãos, como em sua insistência aqui de que o verdadeiro sacrifício é o de um intelecto puro. Jâmblico, seu provável discípulo, fornece em //Mistérios// uma resposta feroz, na qual busca explicar a eficácia da prática religiosa em termos não físicos, criticando Porfírio por negligenciar isso. Jâmblico escreveu pouco antes de Constantino tornar o cristianismo a religião oficial do Império, e foi visto como a grande autoridade pelos pagãos subsequentes, especialmente pelo imperador Juliano, que tentou restaurar a religião pagã por dois anos. Embora Proclo reverencie e busque seguir Jâmblico, Damáscio, cuja escola ateniense foi fechada em 529 d.C. pelo imperador cristão Justiniano, considera que Proclo interpreta Jâmblico de maneira errônea. Os fragmentos da //História Filosófica// de Damáscio, que atribuem boas e (com mais frequência) más notas aos seus correligionários filosóficos, foram reunidos, traduzidos e explicados pela primeira vez por Polymnia Athanassiadi, em 1999. Argumentei na Introdução que Amônio e a escola alexandrina do século VI tornaram a prática religiosa pagã menos central para seu ensino e escrita.