Enéada VI, 1, 15 — O agir e o padecer

Quanto ao que se chama « agir », os pontos seguintes podem ser examinados. Diz-se, de fato, que, uma vez que após a realidade vem o que acompanha a realidade, a saber, a quantidade e o número, a quantidade é outro gênero, e a qualidade é outro gênero ainda, visto que a qualidade acompanha a realidade; da mesma forma também , uma vez que a ação acompanha a realidade, há outro gênero, o do agir. – Mas este gênero, é o agir ou a ação de onde procede o agir, assim como é da qualidade que procede o qualificado? E, neste caso, são a ação, o agir e o agente que devem ser incluídos em um só e mesmo gênero, ou apenas o agir e a ação? – O agir faz antes aparecer que há também o agente, o que não é o caso da ação. Além disso, agir é estar em ação, isto é, em ato. Assim, a categoria em questão é antes o ato que, diz-se, pode ser considerado como um acompanhamento da realidade, como ocorria antes para a qualidade. Se é verdade que é como o movimento que o ato é um acompanhamento da realidade, então o movimento é também um gênero do ser. Pois se a qualidade está associada à realidade, assim como a quantidade e o relativo enquanto relação de uma coisa com outra, por que o movimento que é um acompanhamento da realidade não seria também um gênero único?