Mas é preciso perguntar qual é a posição deles. Sustentam que, no agir, há de um lado os atos e do outro os movimentos, dizendo que os atos se produzem de uma vez, enquanto os movimentos, por exemplo cortar, se situam no tempo – pois cortar se produz no tempo? Dizem antes que há apenas movimentos ou ações que acompanham o movimento? Pensam que todas as ações estão em relação com o padecer; ou que algumas são independentes de toda relação, como andar ou falar? Ou declaram que todas aquelas que estão em relação com o padecer são movimentos, enquanto aquelas que são independentes de toda relação são atos? Ou estimam finalmente que se encontram em cada um desses dois casos movimentos e atos? De fato, « andar », que é independente de toda relação, eles o farão um movimento, enquanto « pensar » que designa também uma ação sem paciente, eles o farão um ato, imagino. Caso contrário, é preciso sustentar que o fato de pensar e o fato de andar não é sequer agir. Mas se não se encontram no agir, é preciso dizer onde se encontram. – Mas talvez seja preciso dizer que o fato de inteligir é relativo ao objeto de intelecção, como o é a intelecção? E que a sensação é relativa ao objeto da sensação? Mas se, neste caso também, a sensação é relativa ao objeto da sensação, por que o fato de sentir não seria ele também relativo ao objeto da sensação? – Sim, a sensação é relativa a outra coisa. Ela mantém uma relação com isso, mas fora dessa relação ela tem outra propriedade: ela é seja um ato seja uma afecção. Então, se a afecção não se reduz ao fato de ser a afecção de algo e de ser produzida por algo, o mesmo ocorre com o ato. Certamente a caminhada, que tem ela também a característica de ser o ato de algo, a saber dos pés, e que é causada por algo, deveria portanto ter a propriedade de ser um movimento. Por conseguinte, a intelecção ela também, fora de sua relação com um objeto de intelecção tem a propriedade de ser um movimento ou um ato.