A Alma não vê o que ela tem nela, a saber as razões (logoi) recebidas da Inteligência e que ela vai incorporar nos seres. Com efeito ela não as engendrou, mas recebeu. Ela não vê porque ela não tem ela mesma uma luz suficiente e se ela chega a ver é que e;a é aperfeiçoada por outra coisa, outra coisa que é a Inteligência. A luz da Inteligência brilhando na alma a ilumina, a torna inteligente, a assimila a ela mesma que é a luz do Alto. Por aí, ela se torna próxima da natureza da Inteligência e do inteligível. Esta luz volta a alma para ela mesma e lhe faz amar o esplendor que está na Inteligência (Eneada-V, 3, 8). Se o Uno pode ser comparado à luz, a Inteligência ao sol, a Alma será a lua que recebe do sol sua luz. Com efeito aquela da Alma é luz emprestada que a colore na superfície, pois ela é inteligente, mas a Inteligência tem nela mesma uma luz própria que se confunde com o que é iluminado em sua própria essência (Eneada-V, 6, 4).