Visões de objetos (Alexandre de Afrodísias)
Alexandre de Afrodísias sobre De Sensu
Além disso, se muitas pessoas estivessem vendo a mesma coisa ao mesmo tempo de lugares diferentes e os cones estivessem viajando, ou seja, o que quer que seja que viaja do olho para o sendo visto por todos aqueles que estão vendo, as coisas que estão viajando e circundando (perilambanein) o sendo visto necessariamente atravessariam umas às outras. Dessa forma, os cones seriam divididos uns pelos outros. Se isso acontecer, a continuidade dos corpos que são enviados para o sendo visto é necessariamente quebrada, e se essa fosse dividida, não seria mais possível ver. Essa mesma coisa necessariamente ocorreria também se as pessoas que estão vendo fossem duas pessoas em pé uma de frente para a outra, e houvesse algo visível colocado em linha reta com cada uma das pessoas que estão vendo, e elas não estivessem vendo as coisas em linha reta com elas mesmas, mas cada uma a coisa que foi colocada em linha reta com a outra pessoa. Pois, nesse caso, necessariamente os cones colidiriam uns com os outros no meio e seriam divididos uns pelos outros, ou um passaria pelo outro. Nesse caso, dois corpos novamente estariam no mesmo . Além disso, como aqueles que se veem quando estão um de frente para o outro serão capazes de ver? Pois ou os cones não prosseguirão quando se encontrarem, se forem de igual força, de modo que nenhum verá o outro, ou um verá o outro, mas o outro não o verá. (tr. Sorabji)
Novamente, se o efluxo é tão sutil que pode se estender a uma distância tão grande sem obviamente esgotar nenhuma parte do corpo do qual flui, por que ele não é facilmente destruído por qualquer coisa que encontre? Pois os corpos mais sutis são facilmente afetados, enquanto esse efluxo evidentemente não pode ser desviado de sua direção retilínea pelos ventos mais violentos. (tr. Sorabji)
E como, sendo sutis, eles não serão dispersos quando houver ventos? Pois vemos mesmo que haja um vento interpondo-se. Além disso, como a apreensão da distância ocorre se o olho vê os que caem sobre ? Como não veremos com os olhos fechados se os que viajam são sutis? Pois eles serão capazes de passar para dentro através das passagens mesmo com os olhos fechados. E por que não veremos quando o sendo visto é sobreposto aos olhos? Pois mesmo então as imagens (eidola) fluiriam do e o olho as admitiria. Ou por que há a necessidade de luz para ver se o olho admite o sendo visto? Além disso, ou os que fluem do estão justapostos com o olho no momento em que ele se volta (epistrephesthai) para eles, ou estão viajando. Se estiverem justapostos, não haverá nenhuma apreensão de distância. Mas se estiverem viajando nesse momento, em primeiro lugar, levará mais tempo para vermos corpos que estão mais distantes , algo que não vemos acontecer. Além disso, se de acordo com eles a distância será vista por causa da quantidade de ar que flui do e cai sobre a visão antes da imagem (eidolon) que também cai sobre a visão, em primeiro lugar, como a visão admitirá uma quantidade tão grande de ar? (Pois, em relação a cada movimento de uma imagem, admitirá tanto ar quanto o que está entre ela e o objeto visto). Em segundo lugar, as imagens que fluem do possuirão uma certa força para conseguir empurrar esse para frente? E ainda, como esse será preservado quando houver um vento? Pois o vento é visto varrendo o ar intermediário. (tr. Alan Towey)
