Adivinhação (Jâmblico)
Jâmblico, Vida de Pitágoras
Ele recomendava precauções contra alimentos que impediam a adivinhação em relação à pureza e santidade do espírito ou à manutenção da temperança e da virtude.
Jâmblico, De mysteriis (tr. Gillian Clark)
O conhecimento prévio completo não poderia ocorrer através da experiência (pathos); pois é aquilo que é mais imutável, imaterial e puro em todos os aspectos que alcança especialmente o futuro, enquanto aquilo que está misturado com a irracionalidade e a escuridão do corpóreo e do material está repleto de grande falta de conhecimento.
Ao interpretar especificamente o funcionamento da adivinhação (mantikon) por meio de animais sagrados, como falcões, dizemos que os deuses nunca estão presentes no uso dos corpos que são tratados dessa forma. Eles não supervisionam (proistasthai) animais individuais, seja parcialmente ou em contato próximo, materialmente ou em alguma relação. Tal contato com os instrumentos de adivinhação deve ser atribuído aos demônios, e aos demônios que são muito divididos e receberam seus vários animais. Eles controlam diretamente essa supervisão (prostasia), e a regra apropriada que lhes foi atribuída não é completamente autossuficiente ou imaterial. Ou se pode colocar desta forma: suponha que eles tenham recebido um local através do qual eles podem se associar (homilein) com os humanos e fazer uso deles. Esse local também deve ser considerado puro dos corpos, pois não há comunidade (koinonia) entre o puro e seu oposto, mas há uma razão pela qual ele está conectado às pessoas através da alma dos animais. Essa alma tem um apego (oikeiotes) às pessoas porque tem o mesmo princípio de vida, e aos daemons porque de alguma forma sobrevive separada quando é libertada dos corpos. Assim, sendo intermediária entre ambos, ela serve àquele que supervisiona e relata àqueles ainda presos ao corpo as instruções de seu governante, e dá a ambos um vínculo comum entre si.
