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Forma e Matéria (Simplicius)

Simplicius in De Anima, tr. Carlos Steel

Mas depois, sendo ativo (energein), o que percebe paraliza-se na forma do objeto sensível, não como sendo afetado – pois não se torna branco ou quente – mas em atividade, não agindo (poiein), como fazem as causas eficientes. Em vez disto, em juízo e cognição (kritikos kai gnostikos).

Pois a coisa composta também é ativa de acordo com sua forma, e o sentido recebe a atividade formal, não sendo determinado, por exemplo, embranquecer ou soar ou ser adoçado ou ser aquecido, nem ser assim afetado, mas como ser cognitivamente (gnostikos) ativo em relação ao objeto branco ou ao som ou a qualquer um dos outros, e diz-se afetado porque é ele mesmo despertado, quando o órgão dos sentidos recebe a atividade de fora. Pois mesmo que o corpo esquente, a recepção da forma não consiste em tornar-se quente, mas em atividade cognitiva segundo a forma do calor, pois, ao ser aquecido, o órgão torna-se algo sensível, mas não sensitivo. De modo que, ainda que o sentido da visão seja segregado por um objeto branco, não é por ser tão afetado que faz seu juízo, mas por sua atividade segundo a forma da brancura.

Agora devemos dizer algo sobre como ‘o órgão dos sentidos se torna receptivo do objeto dos sentidos sem sua matéria’. Ele recebe não a coisa branca, mas a atividade do branco.

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