Oração, condições (Simplício)
Simplício in Phys., tr. Sorabji
Novamente, é o que mais fomenta o temor diante da transcendência de Deus. Através de uma compreensão exata do que Ele realiza, ela nos desperta de maneira gloriosa para a maravilha e a majestade do Criador. E sobre esse espanto seguem-se uma concórdia segura (sumpatheia) com Deus, a fé (pistis) e a esperança (elpis). Essa é a principal razão para se dedicar ao estudo da Física.
Simplício in Cael., tr. Jim Rankinson
É melhor, creio eu, dizer que, embora ele nos exorte em todos os casos a complementar as necessidades demonstrativas com a simpatia (sympatheia) derivada da fé (pistis), especialmente no caso dos argumentos concernentes às coisas divinas, pois isso não apenas fornece confirmação do verdadeiro conhecimento quando sobrevém à demonstração, mas também a unificação (henosis) com o que é cognoscível, que é o objetivo da bem-aventurança humana (makariotes). Pois, embora o amor ascendente (eros) que desperta o desejo pela beleza divina já exista na alma, a verdadeira revelação dele segue-se para os dignos, e para eles a fé orquestra um fundamento firme nele e uma unificação com ele. Pois é evidente por si mesmo que, por mais distantes que estejam os céus no espaço do reino da geração e da corrupção, eles o superam ainda mais no valor de sua substância. E embora essas coisas estejam mais afastadas no extremo do universo, o céu é dotado da mais elevada forma corpórea.
Simplício in Cael., tr. Sorabji
E agora, novamente após as demonstrações (apodeixeis), ele acrescenta o testemunho dos relatos antigos de nossos antepassados, para fortalecer a convicção (pistis). Ele apresenta os argumentos a partir de opiniões recebidas antes das demonstrações como sendo relatos mais breves e concisos que conduzem às demonstrações, mas ele insinua uma suspeita de raciocínio falho e incapacidade de demonstrar. Em contraste, argumentos desse tipo após as demonstrações tornam a convicção (pistis) derivada das demonstrações simultaneamente mais segura e mais arraigada (sympathesteros). E é por isso que Aristóteles os usou tanto antes quanto depois das demonstrações, enquanto Platão costumava transmitir mitos após suas demonstrações.
