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Tratado 53 – Tópicos sobre a alma (Guthrie)

Natureza do Sujeito da Alma: Considera se a própria alma, a alma usando o corpo, ou um composto de ambos, é o sujeito de experiências como prazer, dor e emoções.

Alma vs. Essência da Alma: Explora se a alma e sua essência são distintas, impactando se a alma pode experimentar paixões e adquirir disposições. Se idênticas, a alma é uma forma impassível.

Impassibilidade da Alma Pura: Descreve a alma pura como não receptiva a influências externas, portanto, sem medo, ousadia, desejos físicos, mistura com o corpo e dor ou prazer de adições externas. Questiona se sensação, raciocínio ou opinião pertencem à alma pura.

Relação da Alma com o Corpo e a Sensação: Discute a presença da alma no corpo formando um ser vivo. Afirma que a alma usa o corpo como ferramenta e deve perceber as sensações para esse uso, implicando que a alma sente as afecções corporais.

Separação de Usuário e Instrumento: Enfatiza a distinção entre a alma como o usuário e o corpo como o instrumento, uma separação alcançada por meio da filosofia.

Alma Misturada com o Corpo: Examina as consequências se a alma estivesse misturada com o corpo, sugerindo um ganho para o corpo, mas uma perda (deterioração) para a alma.

Impassibilidade da Alma na Interpenetração: Propõe que, mesmo que a alma interpenetre o corpo, ela pode permanecer impassível às paixões corporais, semelhante à luz.

Alma como Forma na Matéria: Considera a alma como uma forma separável dentro do corpo, argumentando que as paixões comuns devem ser atribuídas ao corpo organizado, não à alma, pois é absurdo atribuir funções corporais como tecer, desejos ou tristezas à própria alma.

Papel da Alma nas Afecções Comuns: Diferencia a impassibilidade da alma das experiências do organismo vivo (composto de alma e corpo). Questiona como as afecções comuns surgem se a alma permanece impassível, sugerindo que elas pertencem ao animal, não apenas à alma.

Desejos e Afecções: Argumenta que os desejos por coisas físicas não são comuns, mas específicos do corpo, enquanto o desejo pelo bem é peculiar à alma.

Faculdades e Impassibilidade: Sugere que as faculdades da alma permanecem imóveis enquanto permitem reações corporais. Se assim for, a causa que dá vida à alma permanece impassível, com as paixões pertencendo inteiramente ao organismo que recebe a vida. Vida e sensação pertencem ao composto, não apenas à alma.

Sensação e a Alma: Se a sensação termina na alma, a alma deve sentir. No entanto, a sensação é do composto, e sem a faculdade da alma, o composto não pode sentir.

Alma Forma a Natureza Animal: A alma, sem se tornar parte do agregado, produz a natureza animal (distinta da alma e do corpo) a partir de um corpo organizado e de um “tipo de luz” fornecido por ela mesma, ao qual pertencem a sensação e as paixões animais.

Faculdade Sensorial da Alma e o Verdadeiro Eu: A faculdade sensorial da alma percebe formas típicas, não objetos sensoriais brutos. A sensação exterior é uma imagem da sensação mais verdadeira e impassível da alma de contemplar imagens. O raciocínio, a opinião e o pensamento (nosso verdadeiro eu) lidam com essas imagens, dando à alma poder sobre o organismo.

Alma Racional como Verdadeiro Homem: Distingue entre a parte inferior e irracional da alma (a “besta”) e a parte superior e racional da alma (o “verdadeiro homem”). O raciocínio é um ato da alma.

Relação com a Inteligência: Esclarece que a Inteligência, embora acima de nós, é ao mesmo tempo comum e individual, possuída inteiramente por cada alma racional. As ideias são possuídas de maneiras diferentes na alma (desenvolvidas) e na Inteligência (todas juntas).

Presença e Imagens da Alma: Explica a presença da alma nos corpos como iluminação, não mistura, produzindo imagens de si mesma. Essas imagens são a base para várias formas e faculdades da alma.

Impecabilidade da Alma vs. Crença Comum: Apresenta o paradoxo da impecabilidade inerente da alma versus a crença comum de seu pecado e sofrimento de punição. Atribui os males ao composto, não à alma pura.

Reconciliando a Impecabilidade da Alma e a Punição: Reconcilia a contradição distinguindo a alma simples e impecável (essência da alma) de uma alma composta que inclui outro tipo de alma capaz de paixões. As punições se aplicam ao composto. A visão de Platão de “despir” a alma para revelar sua verdadeira natureza é mencionada.

Geração e Descida da Alma: Explica a geração como pertencente à “outra forma ideal da alma”, a natureza animal. A “descida” ou “inclinação” da alma não é pecaminosa, mas um derramamento de luz, e a alma pode retirar sua imagem contemplando o mundo inteligível.

Papel da Alma na Investigação e no Movimento: Afirma que “nós” investigamos através da alma, implicando que a própria alma é o agente. Isso envolve um “movimento” único que é a própria vida da alma, distinto do movimento corporal.

Inteligência e Vida Superior: A inteligência nos pertence porque a alma é intelectiva. Para nós, a vida (superior) consiste em um melhor pensar. A alma desfruta dessa vida tanto quando pensa objetos inteligíveis quanto quando o intelecto é parte de nós e algo superior para o qual ascendemos.

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