Enéada II, 9 - Contra os gnósticos
Plotin Traités 30-37. Dir. Trad. Luc Brisson e Jean-François Pradeau. GF-Flammarion, 2006
Capítulo 1: Só existem três realidade inteligíveis 1-19. Lembrança da natureza e ordem das três realidades: o Uno, o Intelecto e a Alma. 19-25. Nenhuma realidade pode se encontrar acima do Uno 25-57. Não se pode multiplicar os Intelectos. 57-63. Não pode existir um intermediário entre o Intelecto e a Alma.
Capítulo2: A natureza de nossa alma e da alma do mundo. 1-4. Lembrança do capítulo 1.: não mais de três realidades e não existe senão um só Intelecto. 4-10. As três faculdades de nossa alma não impedem nossa alma de ser única. 10-18. A alma do mundo permanece no inteligível e governa o sensível sem usar reflexão.
Capítulo 3: A sucessão eterna das realidades. 1-7. A alma do mundo transmite ao que a segue a luz que recebe do Intelecto. 7-12. Cada realidade dá algo àquela que a segue. 12-15. As realidades inteligíveis são eternas. 15-21. A matéria também é eterna e não é separada dos inteligíveis.
PRIMEIRA SÉRIE DE CRÍTICAS
Capítulo 4: Contra a doutrina gnóstica sobre a produção e a destruição do mundo. 1-12. Os gnósticos creem equivocadamente que a alma produz porque ela decaiu e se declinou. 12-15. A alma também não produz para ser honrada. 15-17. Se a alma usa da reflexão, como pode ela produzir? 17-22. A alma não destruirá o mundo sob pretexto de que ela se arrepende de havê-lo produzido. 22-32. O mundo não é mau, pois é a melhor imagem possível do inteligível.
Capítulo 5: Contra o desprezo dos gnósticos a respeito dos astros e da terra de aqui abaixo. 1-8. Os gnósticos se creem superiores até mesmo aos astros. 8-16. Dizem possuir uma alma imortal e divina, mas recusam este privilégio aos astros. 16-23. É equivocadamente que eles introduzem uma alma constituída de elementos. 23-26. Eles pretendem que uma “terra nova” foi criada para eles. 26-37. É inútil admitir que o demiurgo produziu um modelo de nosso mundo.
Capítulo 6: Contra a arrogância dos gnósticos para com Platão e os antigos. 1-14. Eles se inventam um novo vocabulário, mesmo se eles se inspiram em parte de Platão. 14-21. Sua má exegese do Timeu faz que eles multipliquem os Intelectos. 21-28. Eles se enganam sobre a identidade e sobre o papel do demiurgo platônico. 28-35. Eles multiplicam equivocadamente o número das realidades inteligíveis, em lugar de mantê-las em três. 35-62. Os gnósticos são fraudadores que deformam a doutrina dos antigos.
Capítulo 7: As diferenças entre nossa alma e a alma do mundo. 1-4. Já se disse que o mundo é eterno e que a alma não está no melhor aqui em baixo. 4-27. A alma do mundo é diferente de nossa alma, pois ela não está entravada pelo corpo. 27-32. O corpo do universo é ele também diferente de nosso corpo, pois ele não se escoa. 33-39. A fim de subsistir, as partes devem se conformar à ordem do universo.
Capítulo 8: Sobre a produção do universo e sobre a excelência dito que ele contém. 1-8. É preciso lhes ensinar o que é a verdadeira natureza das realidades inteligíveis. 8-20. O universo é a melhor imitação possível do mundo inteligível. 20-26. Esta imitação não resulta de um pensamento discursivo ou de uma atividade artesanal. 26-43. Os astros são deuses excelentes que possuem uma sabedoria superior. 43-46. Não se pode condenar nosso universo, pois ele está suspenso nos inteligíveis.
Capítulo 9: Contra a arrogância dos gnósticos que se creem superiores e privilegiados. 1-26. Não é preciso se ofuscar dos males e das injustiças daqui de baixo. 26-64. Não é preciso se crer o melhor, pois as realidades e divindades nos superam. 64-75. Todo os homens têm necessidade da providência divina. 75-83. Um grande número de seres aspiram ao inteligível e o alcançam.
SEGUNDA SÉRIE DE CRÍTICAS
Capítulo 10: o mito de Sabedoria. 1-17. Renunciamos a refutar todas suas doutrinas. 17-26. O ponto mais absurdo é o relato deles sobre a Sabedoria que se inclina ou não aqui em baixo. 26-33. O demiurgo é segundo eles uma imagem na matéria.
Capítulo 11: Refutação do mito de Sabedoria e daquele do nascimento do demiurgo. 1-14. A alma não se declina. 14-27. Eles se enganam sobre a natureza do demiurgo. 27-29. É arbitrário dizer que o demiurgo produz primeiramente o fogo.
Capítulo 12: Sequência da refutação da doutrina gnóstica sobre o demiurgo. 1-12. O demiurgo não produz graças à lembrança das coisas que tem vistas. 12-25. O demiurgo não tem nenhuma razão de produzir então o fogo e também não o mundo inteiro. 25-30. O mundo não pode nascer senão das melhores realidades. 30-39. Mesmo sua teoria da iluminação mostra que o mundo depende destas realidades. 39-44. Se a alma produz a matéria, sua inclinação depende unicamente dela e das realidades melhores.
Capítulo 13: Os gnósticos ignoram a natureza das realidades, dos astros e do mal. 1-6. Eles ignoram a natureza das realidades e a ordem de todas as coisas. 6-25. Não é preciso ter medo dos astros, que são animados, excelentes e eternos. 25-33. A definição gnóstica do mal está errada.
Capítulo 14: Contra suas práticas mágicas e contra a arrogância de sua filosofia. 1-11. Por suas encantações mágicas, os gnósticos rebaixam as realidades inteligíveis. 11-34. Eles creem equivocadamente que demônios causam as doenças. 34-45. A arrogante filosofia deles se opõe à nossa, que digna e prudente.
TERCEIRA SÉRIE DE CRÍTICAS
Capítulo 15: Os gnósticos negligenciam a virtude, 1-3. Sua doutrina incita as pessoas a desprezar o mundo e o que ele contém. 4-21. Sua doutrina se classifica entre aquelas que favorizam os prazeres pessoais e egoístas. 21-27. Eles nada acham de belo aqui em baixo. 27-34. Eles nada escreveram sobre a virtude. 34-40. Eles não podem se entregar aos prazeres e às paixões ao mesmo tempo contemplando deus.
Capítulo 16: Sobre a providência e sobre a bondade do universo sensível. 1-14. Um homem bom não pode desprezar as realidades nem o mundo que elas produziram. 14-34. Sua doutrina sobre a providência é contraditória e absurda. 34-49. É preciso ser louco para se crer superior ao mundo. 49-56. O músico, o geômetra e amante reconhecem que a beleza daqui de baixo vem de lá de cima.
Capítulo 17: Sobre a beleza. 1-21. Eles esquecem que os corpos se ligam ao inteligível e são tão belos quanto possível. 21-31. Eles são incoerentes em seu menosprezo da beleza. 31-49. Existe vários graus de beleza, assim como há uma verdadeira e uma falsa beleza. 49-56. O mundo é belo e bom, posto que ele é perfeito.
Capítulo 18: Sobre a fuga para fora do corpo, sobre o sábio e sobre a contemplação. 1-17. Eles se creem melhores que nós, pois sua doutrina encoraja a fugir do corpo. 17-20. Eles se dizem “irmãos” dos homens vis, mas recusam este título aos astros e aos sábios. 20-35. Nossos “irmãos” são aqueles que se tornam tão imperturbáveis quanto a alma do mundo. 35-40. Os gnósticos não alcançam uma contemplação superior àquela dos astros. 40-48. Resumo das críticas plotinianas contra os gnósticos.
