antiguidade:plotino:eneadas:eneada_vi:eneada-vi-1:eneada-vi-1-1

Enéada VI, 1, 1 — Sobre o número dos gêneros do ser ou das categorias

Cap 1, 1-14: Introdução geral: sobre o número dos gêneros do ser ou das categorias nos antigos: Platão, Aristóteles e os estoicos Cap 1, 1-5. Os antigos Cap 1, 6-12: Platão, Aristóteles e os estoicos Cap 1, 12-14: A questão da univocidade ou da equivocidade

Cap 1, 15 a cap 24,12: Os gêneros do ser ou das categorias segundo Aristóteles Cap 1, 15-30: Posição do problema

Quanto ao número dos seres, já investigaram filósofos muito antigos; uns nos disseram que não há mais do que um ser, outros que seu número é limitado e outros, enfim, que seu número é infinito. Se da natureza dos seres se trata, os primeiros têm opiniões divergentes a respeito do ser único, e não menos os que consideram sua limitação e o número ilimitado deles. Os sucessores desses filósofos procederam a um exame atento de ditas opiniões, que, certamente, não nos interessam aqui. Mas, uma coisa há que dizer, e é que, depois disso, eles mesmos classificaram os seres em gêneros definidos, desdenharam a unidade do ser porque inclusive entre os inteligíveis advertiam uma multiplicidade, e prescindiram de sua ilimitação por estimá-la de todo ponto impossível. Mas como não pode haver ciência do ilimitado, senão só do limitado quanto ao número, afirmaram que era equivocado dar a estas realidades o nome de elementos e as incluíram como gêneros. Para uns existem dez gêneros; para outros menos de dez; mas ainda há alguns que admitem um número maior que aquele. Tampouco estão de acordo sobre a natureza dos gêneros; pois uns os têm como princípios enquanto outros creem que são os próprios seres. Primeiramente haverá que considerar a tese que classifica os seres em dez gêneros e averiguar se (os peripatéticos) sustentam que estes dez gêneros são realidades com a nota comum de ser, ou bem dez categorias. Porque dizem eles, e dizem com razão, que a palavra ser não tem o mesmo sentido em todos os casos. Convendrá, no entanto, levantar inicialmente esta questão: os dez gêneros se encontram de igual maneira tanto nos seres inteligíveis como nos sensíveis? Ou se acham todos nos seres sensíveis e só alguns deles nos inteligíveis e outros não? Porque o inverso não pode aceitar-se. Haverá que precisar quais destes dez gêneros estão nos inteligíveis e, ademais, se são os mesmos que se encontram nos sensíveis. Ou é que a substância, em ambos os casos, só tem de comum o nome? Se é assim, os gêneros serão mais de dez, pois resultaria absurda uma sinonímia que nos fizesse dizer que a substância tem a mesma significação nos seres primeiros que nos que lhes sucedem; sabido é que “não há gênero comum entre o anterior e o posterior”. No entanto, em sua divisão (os peripatéticos) nada dizem dos seres inteligíveis, sem dúvida porque não desejam incluir a totalidade dos seres nela e prescindem para isso dos seres mais altos.

/home/mccastro/public_html/platonismo/data/pages/antiguidade/plotino/eneadas/eneada_vi/eneada-vi-1/eneada-vi-1-1.txt · Last modified: by 127.0.0.1