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Enéada VI, 1, 8 – A relação

Tudo isso não passou de uma digressão; a partir de agora, devemos procurar saber por que nas relações há tanta disparidade. Mas então, eles precisam nos dizer que existência comum possui o fato de ser um em relação ao outro. Em todo caso, o que é comum não pode ser um corpo. Se o que é comum existe, só pode ser um incorpóreo, que se encontra nos relativos ou fora deles. Além disso, se a relação permanece a mesma, o termo é um sinônimo; se não for assim, mas ela diferir conforme os casos, o termo é um homônimo, e não é certamente porque o termo “relação” será pronunciado que se terá a mesma realidade. Convém distinguir as relações da seguinte maneira? Certas coisas mantêm uma relação que não está associada a um ato, da qual só se pode, de certa forma, constatar a presença, e cuja existência é em todos os pontos simultânea. Outras, ao contrário, graças à sua potência e sua operação, ou bem estão sempre predispostas a estar em relação e estavam prontas antes que a relação se instaurasse a favor de seu encontro e de seu ato, ou bem de forma geral umas produziram e as outras vieram à existência, e o que vem à existência dá apenas um nome ao que produz, enquanto é o produtor que dá a existência. É o caso do pai e do filho. O agente e o paciente têm, por assim dizer, uma espécie de vida e de ato. É preciso estabelecer essa distinção a propósito da relação, como se não houvesse nada de idêntico nem de comum em suas diferentes espécies, e como se, em geral, a relação fosse de uma natureza diferente em cada caso? É preciso considerar que este termo é homônimo, dizendo que uma relação produz a ação e a paixão como se estas últimas formassem uma unidade, enquanto a outra relação não produz, e que o que produz a relação na ação e na paixão é diferente do outro? Por exemplo, a igualdade que produz as coisas iguais: é pela igualdade, de fato, que as coisas são iguais, e de forma geral, é por uma certa identidade que elas são idênticas. No caso do grande e do pequeno, é pela presença da grandeza, e pela da pequenez; mas quando se fala daquele que é maior ou daquele que é menor, é que eles participam, o maior do ato da grandeza que se manifesta nele, e o menor do da pequenez.

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