Enéada VI, 2, 12 — Eliminar outros gêneros: o uno-ser
Basta sobre este ponto. – Como para os números seria um bem em cada caso encontrar-se na unidade, quando não têm alma? Essa questão vale igualmente para tudo o que não tem alma. – E se alguém sustentasse que os números não são absolutamente seres, nós replicaríamos que quisemos falar dos seres segundo cada um é um. – Supondo que se pergunte como um ponto pode participar do bem, se dizem que ele é por si mesmo e que é desprovido de alma, a questão permanece a mesma que já foi colocada em casos semelhantes. – Mas se se trata de um ponto que se encontra em outras coisas, em um círculo, por exemplo? – Para o ponto, o círculo é o bem; é para ele que seu desejo se volta, e é para lá que ele tende, tanto quanto pode, graças ao círculo. – Mas como os gêneros são o que são? É preciso que sejam também cada uma das coisas nas quais se detalham? – Não. O gênero existe por inteiro em cada uma dessas coisas. – E como pode ele ainda permanecer um? – Trata-se de uma unidade genérica, que se assemelha à de um todo presente em várias partes. – Não está ele, então, apenas nas coisas que dele participam? – Não, ele está tanto em si mesmo quanto nas coisas que dele participam, mas essa questão será sem dúvida esclarecida mais adiante.
