Enéada VI, 2, 18 — Eliminar outros gêneros: o belo. As virtudes.
A propósito do belo, se a beleza primeira é de fato o Um, poderemos a seu respeito dizer as mesmas coisas ou coisas similares às que dissemos sobre o Bem. E se é o brilho que, por assim dizer, resplandece sobre a ideia, dir-se-á desse brilho que ele não brilha da mesma forma sobre todos os seres, e que é posterior. Mas se o belo não é outra coisa senão a própria realidade, foi dele que se falou ao se falar da realidade. Mas se é o belo relativamente a nós que o vemos porque ele nos afeta de uma certa forma, essa atividade é um movimento, e mesmo que essa atividade seja dirigida para o Um, ela permanece um movimento. A ciência, ela também, é um movimento que se move a si mesmo, porque é uma visão do ser. E é uma atividade, não um estado. Sendo assim, essa atividade provém do movimento, e, se se quiser, do repouso, ou mesmo dos dois. Se provém dos dois, é que é uma mistura, e se assim for, a mistura é posterior. Mas o Intelecto, já que é o que pensa o ser e que é composto de todos os seres, não pode ser um dos gêneros. E o Intelecto verdadeiro está com todos os seres e é de imediato todos os seres, enquanto o ser separado de todo o resto, tomado como um gênero, é um elemento. A justiça, a temperança e a virtude em geral são todas atividades particulares do intelecto. Sendo assim, elas não podem fazer parte dos gêneros primeiros, são espécies posteriores a um gênero.
