Quid sit lumen (Ficino, 1476)
Quid sit lumen (Ficino, 1476)
O QUE É A LUZ NO CORPO DO MUNDO, NA ALMA, NO ANJO E EM DEUS POR MARSÍLIO FICINO, FLORENTINO, AO MUITO ILUSTRE EMBAIXADOR VENEZIANO PHEBUS
SAUDAÇÃO a ti, nosso Phebus, sempre na luz da vida. Saudação a ti, celeste Phebus, cuja luz ilustre não vem de fora mas brilha do mais profundo de ti mesmo. Nestes últimos dias, o espírito de teu Marsílio, fecundado na medida de suas forças pelos raios do Sol Platônico como por sementes, esforçou-se por gerar o Sol e, por demasiado infortunado, não sei por qual fraqueza de uma natureza estéril, gerou em vez do Sol a lua de luz emprestada. Assim, para que este fruto obscuro do Sol Platônico nascido de minhas trevas seja ao menos iluminado por seus raios, dedicá-lo-ei sem mais demora ao Fédon de Platão. Quanto a ti, ilustre Phebus, aceita de bom coração estas coisas que te pertencem. E porque te pertencem por direito, peço-te que as ilumines com a luz de teu espírito.
Sê feliz junto a teu divino senado, ilustre Phebus. Em nome de Marsílio e de todos os homens de letras, nossa saudação ao Veneziano, ou melhor, Florentino, Bernardo Bembo, com o afeto de nosso povo.
Cada sentido alcança apenas o objeto único ao qual corresponde.
Descrição da luz visível.
