Heróis – Hércules — Doze Trabalhos
Excertos de R. Emmanuel, «Pleins feux sur la Grèce antique
En plus de ses douze travaux, Héraclès a fait bonne mesure et a recommencé plusieurs fois des épreuves qu’il avait réussies, comme s’il voulait dire aux hommes, spectateurs de ses combats : « Vous voyez, ce n’est pas si difficile qu’il vous apparaît à première vue ; le plus dur est d’avoir la peau du lion, le reste est une histoire d’habitude, lorsqu’on a du courage et que vous placez votre étoile assez haut, dans l’Olympe, d’où vous êtes issus ».
Paulo Diel
A narração mescla os dois aspectos do símbolo Hércules: o herói purificador e o homem enfraquecido, vítima de sua falta. A fim de evitar a confusão, é indispensável separar esses dois temas e examiná-los. Somente assim será possível compreender sua fusão final no simbolismo da vitória.
As proezas de Hércules, ilustrações de seu impulso espiritual, indicam de uma maneira simbólica sua luta incansável contra as perversidades das pulsões corporais, tirania e devassidão. Em todos estes combates simbólicos, Hércules sairá vencedor. Seus fracassos, por outro lado, só são narrados à margem da simbolização, têm um caráter meramente episódico, circunstancial e passageiro, formando no mito apenas um pano de fundo destinado a ilustrar mais especialmente a fraqueza a ser vencida.
As vitórias simbólicas de Hércules encontram-se condensadas nos doze trabalhos, que possuem todos uma significação purificadora.
Robert Graves
7. Conforme Licofrone 1.328, Hércules foi iniciado nos Mistérios de Elêusis antes de começar o Nono Trabalho. Mas Filócoro (citado por Plutarco: Teseu 26) diz que Teseu o havia iniciado no transcurso de sua execução (ibid.: 30), e que ele o retirou do Tártaro durante o Décimo Segundo Trabalho (Apolodoro: II. 5. 12). Segundo Pausânias (I. 27. 7), Teseu só tinha sete anos quando Hércules chegou a Trezena coberto com a pele de leão; e que livrou o istmo de malfeitores quando estava a caminho de Atenas, na época em que Hércules servia Ônfale (Apolodoro: II. 6. 3). Eurípides acreditava que Hércules havia lutado com Cicno, filho de Ares, antes de empreender o Oitavo Trabalho (Alceste 501 et seq.); Propércio (IV. 19. 41), que ele já havia visitado o Tártaro quando matou Caco; e Ovídio (Os fastos V. 388), que o centauro Quíron morreu acidentalmente quando Hércules havia quase concluído seus Trabalhos, e não durante o quarto.
8. Albrico enumera os Doze Trabalhos na seguinte ordem, com explicações alegóricas: derrota dos centauros num casamento; morte do leão; resgate de Alceste do Tártaro e acorrentamento de Cérbero; conquista dos pomos de ouro das Hespérides; destruição da hidra; luta com Aqueloo; morte de Caco; roubo das éguas de Diomedes; derrota de Anteu; captura do javali; roubo do rebanho de Gerião; sujeição do firmamento.
9. Vários Trabalhos e façanhas de segunda ordem de Hércules foram representados no trono de Apolo em Amiclas (Pausânias: III. 18. 7-9), e no altar de bronze de Atena na acrópole espartana (Pausânias: III. 17. 3). As esculturas de Praxíteles nas arestas do templo de Hércules em Tebas mostravam a maioria dos Doze Trabalhos, mas faltavam as aves de Estinfalo e a luta com Anteu havia sido substituída pela limpeza dos estábulos de Augias. O evidente desejo de muitas cidades de se associarem aos Trabalhos de Hércules sugere que, numa área extensa, representava-se quase o mesmo drama ritual das tarefas matrimoniais que precedia a coroação.
Junito Brandão
Dizíamos, porém, que existem variantes, que explicam de outra maneira a submissão de Héracles ao rei de Micenas. Uma delas relata que o herói, desejando retornar a Argos, dirigiu-se ao primo e este concordou, mas desde que aquele libertasse primeiro o Peloponeso e o mundo de determinados monstros. Uma outra, retomada pelo poeta da época alexandrina, Diotimo, apresenta-o como amante de Euristeu. Teria sido por mera complacência amorosa que o herói se submetera aos caprichos do amado, o que parece, aliás, uma ressonância tardia do discurso de Fedro no Banquete de Platão, 179.
As variantes apontadas e outras de que não vale a pena falar, bem como a “condição de imortalidade”, sugerida ou imposta por Apolo e Atená, provêm simplesmente da reflexão do pensamento grego sobre o mito: a necessidade de justificar tantas provações por parte de um herói idealizado como o justo por excelência. Para as religiões de mistérios, na Hélade, os sofrimentos de Héracles configuram as provas por que tem que passar a psiqué, que se libera paulatina, mas progressivamente, dos liames do cárcere do corpo.
Os Doze Trabalhos são, pois, as provas a que o rei de Argos, o covarde Euristeu, submeteu seu primo Héracles. Num plano simbólico, as dozes provas configuram um vasto labirinto, cujos meandros, mergulhados nas trevas, o herói terá que percorrer até chegar à luz, onde, despindo a mortalidade, se revestirá do homem novo, recoberto com a indumentária da imortalidade.
Os mitógrafos da época helenística montaram um catálogo dos Doze Trabalhos em duas séries de seis. Os seis primeiros tiveram por palco o Peloponeso e os seis outros se realizaram em partes diversas do mundo então conhecido, de Creta ao Hades. Advirta-se, porém, que há muitas variantes, não apenas em relação à ordem dos trabalhos, mas igualmente no que tange ao número dos mesmos. Apolo-doro, por exemplo, só admitia dez.
Exceto a clava, que o próprio herói cortou e preparou de um tronco de oliveira selvagem, todas as suas demais armas foram presentes divinos: Hermes lhe deu a espada; Apolo, o arco e as flechas; Hefesto, uma couraça de bronze; Atená um peplo e Posídon ofereceu-lhe os cavalos.
Antonio Carneiro
Les 12 travaux d’Hercule (chacun des travaux d’Hercule a une image correspondante) :
1) Héraclès et le lion de Némée Date : 550-540 avant JC. Amphore athénienne à figures noires Musée du Louvre, Paris.
2) Hercule et l’hydre de Lerne Amphore à col à figures noires Musée du Louvre Peintre de Diosphos, Vers 500 – 490 avant J.-C.
3) Héraclès et la biche, Amphore à figures noires VIème avant J.-C.
4) Héraclès et le sanglier d’Erymanthe Amphore à figures noires Vers 520 – 510 avant J.-C.
5) Les écuries d’Augias Héraclès détournant les fleuves Alphée et Pénée. Mosaïque romaine, première moitié du IIIe siècle.
6) Les oiseaux du Lac Stymphale Coupe attique à figures noires début du Ve siècle Musée du Louvre.
7) Hercule luttant contre le taureau, Lécythe à figures noires, 480 avant J.-C., musée du Louvre.
8) Héraclès et les juments de Diomède, Héraclès et les cavales de Diomède, détail de la mosaïque des douze travaux de Liria (Espagne), première moitié du IIIe siècle.
9) Héraclès combattant les Amazones, Détail d’une amphore attique à figures noires, v. 530-520 av. J.-C.
10) Combat d’Héraclès et Géryon, Amphore attique à figures noires, v. 540 av. J.-C., Musée du Louvre.
11) Hercule dérobant les pommes d’or. Détail d’une mosaïque illustrant les 12 travaux d’Hercule de Llíria (Valence, Espagne), première moitié du IIIe siècle
12) Hercule et le chien Cerbère, Hydrie de Caeré à figures noires, attribuée au peintre des aigles, vers 525 av. J-C., Paris, Musée du Louvre.
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