Enéada II, 3 – Se a astrologia é de algum valor

Plotin Traités. Traduction sous la direction de Luc Brisson e Jean-François Pradeau

Cap. 1, 1-6: Introdução: os astros anunciam tudo, mas eles não produzem tudo.
Cap. 1, 6-28: Apresentação da doutrina astrológica.

Cap. 2-6: Refutação dos princípios astrológicos.
2. Se os astros são inanimados, eles não produzem senão disposições corporais; se são animados, não cometem o mal.
3-4. Os astros não são influenciados pelos lugares ou pelas configurações.
5. O calor e o frio, o dia e a noite, e as fases lunares não têm efeitos.
6. É absurdo que o astros obedeçam a configurações e que eles se preocupem de produzir tantas coisas; o universo obedece a um só e único princípio.

Cap. 7-8: A adivinhação pelos astros é possível.
7. Existe uma adivinhação pelos astros, pois o universo é um vivente único, o qual é regido por uma só e mesma ordem que une todas as coisas nada deixando ao azar.
8. A alma é responsável desta ordem e ela produz tudo; os astros anunciam tudo.

Cap. 9-15: A influência dos astros é limitada.
9. Se o homem se abandona a sua alma inferior, ele se torna escravo do destino e dos signos que enviam os astros; se ele se abandona ao divino, nada pode ser mestre dele.
10. Os astros não produzem senão afeções corporais e eles não são únicos neste jogo, pois a alma humana tem caracteres próprios e ela se expõe aos golpes da sorte.
11. A influência dos astros não é mais a mesma uma vez descida aqui em baixo e ela se corrompe bastante quando ela se mistura à matéria daqui.
12. As influências dos astros se misturam entre elas quando elas chegam aqui em baixo e elas não alteram a natureza primeira daqueles que as recebem; estas influências vêm de corpos quentes, que são úteis ao conjunto e que se coordenam com ele.
13. Princípio geral: nada pode modificar a razão que dirige o universo; uma coisa não pode senão melhorar uma outra ou torná-la pior, sem mudar sua natureza.
14. Os astros não são senão um dos numerosos fatores que podem influir sobre a pobreza, a riqueza, a glória e as magistraturas.
15. A alma superior faz escolhas antes de vir no universo e ela aí vem com uma natureza e tendências próprias que os astros não podem fundamentalmente mudar.

Cap. 16-18: Explicação da fórmula “a alma governa o universo segundo uma razão”.
16, 1-4. É preciso retornar à definição disto que é o vivente.
16, 4-5. em qual sentido a alma governa o universo segundo uma razão?
16, 6-36. Três interpretações a rejeitar:
6-13. A alma produz cada coisa, sem ser responsável das consequências;
13-15. A alma produz cada coisa, e ela é responsável das consequências;
15-36. A alma se preocupa sem cessar em corrigir sua obra.

Cap. 16, 36 – Cap. 18: Solução.
Cap. 16, 36-54. A alma envia as razões e ela cessa em seguida de agir, pois estas são as razões que põem a matéria em movimento e que a forçam a tender para o melhor.
Cap. 17. A alma produz sem reflexão, graças às razões que ela recebe do Intelecto.
Cap. 18, 1-8. Os males são necessários e úteis, pois eles vêm de realidades anteriores.
Cap. 18, 8-22. A alma do mundo recebe do Intelecto as razões, e ela produz por sua parte inferior.