Enéada VI, 3 – Os gêneros do ser nas coisas sensíveis

Plotin Traités 42-44. Traductions sous la direction de Luc Brisson e Jean-François Pradeau

Neste tratado Plotino retorna à questão que tinha colocado no início de sua investigação (). Que há de comum e de diferente entre os gêneros do ser no inteligível e os gêneros do ser no sensível? Enquanto nos tratados precedentes, Plotino não falava senão de homonímia, aqui evoca a analogia. A resposta se compreende se se coloca em seu contexto platônico, pois ela não tem sentido para Aristóteles, que recusa a hipótese da existência de realidades separadas. Mas, para um platônico que admite a existência de tais realidades, o problema que se coloca é aquele da participação, o inteligível tendo o papel de modelo e o sensível aquele de uma imagem. Do ponto de vista do inteligível, pode-se dizer que, dada a diferença ontológica entre o sensível e o inteligível, nada há de comum senão o nome; donde o recurso à homonímia. Mas do ponto de vista do sensível, pode-se dizer que entre o sensível e o inteligível há uma relação hierárquica, e eis porque se pode falar de analogia.

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