É também, Sócrates, voltou Cebete a falar, o que se conclui daquele outro argumento – se for verdadeiro – que costumas apresentar, sobre ser reminiscência o conhecimento, conforme o qual nós devemos forçosamente ter aprendido num tempo anterior o de que nos recordamos agora, o que seria impossível, se nossa alma não preexistisse algures, antes de assumir a forma humana. Isso vem provar que a alma deve ser algo imortal
Porém Cebete, interrompeu-o Símias, que provas há sobre isso? Aviva-me a memória, pois não me lembro agora quais sejam.
Bastará uma, respondeu Cebete, eloquentíssima: interrogando os homens, se as perguntas forem bem conduzidas, eles darão por si mesmos respostas acertadas, o de que não seriam capazes se já não possuíssem o conhecimento e a razão reta. Depois disso, se os pusermos diante de figuras geométricas ou coisas do mesmo gênero, ficará demonstrado a saciedade que tudo realmente se passa desse modo.