Fedro

Phaedrus ou Fedro

Sobre o amor e a beleza. Belo compêndio de toda a filosofia platônica.

Segundo Luc Brisson, em sua a introdução à tradução anotada que fez do Fedro, os temas maiores desta obra são: “como falar, porque escrever?”.

“Mas como evocar o poder do discurso sem falar da realidade que produz o discurso e sobra a qual se exerce seu poder, a alma humana, resíduo deste princípio que move os corpos celestes e mesmo o universo em sua integridade? E eis que, pela magia do discurso, um Sócrates inspirado faz aparecer uma tripulação alada que se lança ao céu, para ir, além da esfera do mundo sensível, contemplar o inteligível que se dá a ver em uma luz próxima à qual aquela que reflete o sol do meio-dia só é um reflexo neste maravilhoso dia de verão perfumado pelas flores e encantado pelo canto das cigarras, que tudo iram contar às Musas”.

Para Brisson, o Fedro é um diálogo tão diversificado em seu fundo (temas do amor, da alma, da retórica, da escritura) como na sua forma (diálogos, discursos, descrições, mitos, orações) e tão trabalhado, que um dos problemas maiores que levanta é precisamente àquele da sua unidade. Problema insolúvel se não nos damos conta ao mesmo tempo do aspecto dramático e do aspecto doutrinal que, no Fedro, mais que em qualquer outro diálogo, são indissociáveis.