Sócrates relata a Querofon, aquele de seus discípulos que foi consultar o Oráculo de Delfos, o mito de Halcion, esta mulher inconsolável a partir da morte de seu marido, que os deuses transformaram em pássaro de canto lamentoso, que, quando faz seu ninho, anuncia o fim do mau tempo e um período de calma. É a ocasião para Sócrates de relembrar onipotência divina que administra nosso mundo de curso cambiante, um tema tradicional muito em voga nos estoicos, principalmente.
O Halcion não se encontra em todos os manuscritos de Platão. No século III de nossa era, Diógenes Laércio já o considera como um diálogo inautêntico, precisando que alguns o atribuíam, segundo Favorinus (século II de nossa era), a Leon de Bizâncio, um membro da Antiga Academia.