hormé: impulso, apetite
Aristóteles usa horme como um sinônimo um tanto negligente para orexis, mas com os estoicos torna-se o termo técnico padrão para apetite. É definido (SVF II, 458) como «o primeiro movimento (kinesis) da alma» para (ou afastando-se) algo. O horme primário de todos os animais é a autoconservação (oikeiosis). Os hormai não apresentam qualquer problema ao nível animal mas tratando-se do homem, cuja nota característica é a racionalidade (hegemonikon), a presença dos hormai, que são contrários à razão, cria uma dificuldade. Os impulsos violentos ou «excessivos» são os pathe (D. L. VII, 110; para os antecedentes platônicos desta opinião, ver pathos) e a sua natureza exata vis-à-vis da faculdade racional foi debatida (ver pathos, apatheia). Mas a doutrina posterior da escola tendia a admitir tanto a natureza animal como racional do homem e assim a classificar os hormai na parte irracional (ver Cícero, De off. I, 28, 101; I, 36, 132); ver noesis 17. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)