gr. ὑπερουσία, hyperousía: para além do ser, transcendência (divina): sobre a questão da transcendência das Formas, ver eidos. A noção de transcendência começa propriamente com o postular de um existente por Parmênides, que depois continua até o privar de todas as características exceto a unicidade (frg. 8, versos 1-50). Platão explora as possibilidades dialéticas disto no Parmênides, e particularmente na primeira «hipótese» (ver 141d-142a) onde demonstra que deste Uno nem sequer se pode dizer que «é». Isto pode ser dialético, mas com outras bases Platão está convencido da transcendência do seu princípio supremo: na Rep. 509b o Bem está para além do ser.
Antes do mais, o Uno é o Princípio soberano de tudo, também das hipóstases, isto é, do Noûs e da Alma do mundo. A palavra hipóstase, aplicada ao Uno, faz-nos entender que aquilo que está além do ser é mais do que ser simplesmente: é o Supra-Ser, o Supra-Bem, o Supra-Belo. Plotino denomina-o tò epekeina tes ousias. [Ullmann:42]
LÉXICO: