monas

monas: unidade, o uno

A unidade é ou a arche primária dos pitagóricos (D. L. VIII, 25) ou, juntamente com a Dyas, um dos co-princípios primários (Aristóteles, Metafísica 986a), eticamente associada com o bem (agathon) e considerada um deus (theos) (Aécio I, 7, 18), ainda que a posição do limite (peras) e do apeiron à cabeça da lista sugerisse que estes fossem mais antigos. Aristóteles é bastante explícito em que o número (arithmos) tem os seus próprios elementos (stoicheia) mais básicos, i. e., «O Mesmo» e «O Outro» (Metafísica 986a). Segundo Aristóteles todos os filósofos concordam em fazer da monas a arche do número (arithmos), contudo os pitagóricos insistem em que as suas unidades têm extensão espacial (ibid. 1080b) que é indivisível (ibid. 1083b), confusão entre a unidade aritmética e o ponto geométrico que foi esclarecida mais tarde (Nicômaco, Arith. intro. II, 6 e 7). A própria definição aristotélica da monas é «substância sem posição», nitidamente distinta do «ponto» (stigme) que é «substância com posição», Anal. post. I, 87a; ver arithmos, megethos. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)


Não se poderia dar qualquer conhecimento se o objeto desse conhecimento não se apresentasse distinto do resto, não se revelasse como uma unidade. Antes mesmo de haver o nosso espírito construído o esquema noético-eidético de unidade, ele estava presente não só nos fatos que surgiam, como na emergência da nossa esquemática. E neles, inseparado ainda do de pluralidade, seu oposto, porque não seria possível surgir um objeto de conhecimento que não fosse alguma coisa, formando uma, e separado do restante, dos outros. Portanto, a primeira experiência do conhecimento, inclusive do imediato, do intuitivo, já implica a presença do que será separado, posteriormente, post rem, e que se apresenta in re nas coisas, a unidade e a pluralidade. (Mário Ferreira dos Santos)