O COMPOSTO HUMANO

Mas se nós somos a alma e padecemos, padecerá a alma as mesmas coisas, e por sua vez fará o que fazemos. Denominamos também ao comum, nós, e principalmente quando ainda não estamos separados do corpo; e inclusive dizemos que nós padecemos o que nosso corpo padece. Diz-se nós em dois sentidos: quando se acrescenta o animal, ou quando somente se tem em conta o que está acima deste; o animal é o corpo dotado de vida.

Outro é o homem verdadeiro e puro destas coisas, que possui as virtudes da intelecção, as quais residem na própria alma separada, que é separada e separável também aqui; pois quando se separa totalmente, também a vida iluminada por ela se vai e a acompanha. As virtudes que não são a prudência, que nascem do hábito e do exercício, são próprias do composto, pois também lhe pertencem os vícios, assim como as invejas, os ciúmes e as compaixões. E as amizades, a quem pertencem? Algumas amizades são próprias do composto, outras do homem interior,

(Enéada I, I, 10.)