A menos, Parmênides, teria dito Sócrates, que cada uma dessas ideias não passe de pensamento, não cabendo, por isso, formar-se em parte alguma, se não for, tão-só, no espírito. Assim, cada ideia seria una e não ficaria sujeita ao inconveniente de que falamos há pouco.
Como assim? teria perguntado: cada pensamento seria uno, porém pensamento de nada?
Impossível, respondeu.
Então, pensamento de alguma coisa?
Sim.
Que é ou que não é?
Que é.
De certa coisa una que aquele pensamento pensa como presente em todas as coisas, sob uma determinada forma?
Sim.
E não será uma ideia o que é assim pensado como presente a todas as coisas e sempre igual a si mesmo?
É a conclusão que se impõe.
E então? Parmênides teria acrescentado; se todas as coisas participam necessariamente das ideias, conforme disseste, não será também forçoso admitires, ou que tudo consiste em pensamento e tudo pensa, ou que, apesar de ser pensamento, não pensa nada?