Parm. 138a-138b — Uno nem em si mesmo nem em outra coisa

Mais: sendo o que é, não está em parte alguma; não poderá estar nem noutra coisa nem em si mesmo.

Como assim?

Se estivesse em outro coisa, ficaria envolvido por aquilo em que se encontrasse, passando a ter, por conseguinte, inúmeros pontos de contacto com essa coisa. Ora, o que é uno e sem partes e não participa do círculo, de jeito nenhum poderá ter no seu contorno tantos pontos de contacto.

Impossível.

E também, se estivesse em si mesmo, só teria a si próprio como envoltório de si mesmo, pois só estaria em si mesmo, por não ser possível estar em algo sem ser envolvido.

Impossível, realmente.

Logo, uma coisa é o envolvente e outra o envolvido, pois, como tudo, não poderá atuar ao mesmo tempo como agente e como paciente; nessa hipótese, o Uno deixaria de ser um para ser dois.

Isso mesmo.

O Uno, por conseguinte, não está em parte alguma, nem em si mesmo nem no que quer que seja.

Não está, realmente.