Parm. 139e-140b — Uno, nem semelhante, nem dissemelhante

Por outro lado, não poderá ser nem semelhante nem dissemelhante a si mesmo ou ao que quer que seja.

Por quê?

Porque semelhança comporta alguma identidade.

Certo.

Porém já vimos que a natureza do idêntico difere da do Uno.

Vimos, realmente.

Ora, se com o Uno se passar algo diferente do seu próprio caráter, só por isso tornar-se-á mais do que um, o que não é possível.

Sem dúvida.

Logo, de nenhum jeito poderá o Uno ser idêntico a si mesmo nem a outra coisa.

De modo nenhum.

Como não poderá ser semelhante a si mesmo nem ao que quer que seja.

Parece mesmo que não pode.

Assim não poderá dar-se que o Uno fique diferente, pois nessa hipótese ele se tornaria mais do que um.

Tornar-se-ia, sem dúvida.

Ora, o que fica diferente de si mesmo ou de outra coisa, torna-se dissemelhante a si mesmo ou a outra coisa, visto ser semelhante o que recebe influência idêntica.

Certo.

Assim, o Uno, como parece, não sendo possível de nenhuma diferença, de jeito nenhum poderá ser dissemelhante nem de si mesmo nem de outra coisa.

Em absoluto.

Não poderá ser, portanto, semelhante nem dissemelhante, nem com relação a si mesmo nem com relação a si mesmo nem com qualquer outra coisa.

Parece mesmo que não pode.