philía = amizade
Formado sobre philos (meu, caro, amigo) o termo philia “amizade” só aparece no final do século V para designar uma relação objetiva, exterior: a philia, relação jurídica e social, vem substituir na cidade democrática as ligações naturais de parentesco. No Lisis, Platão retoma a retirando da teoria sofística da philia útil; para ser vantajosa a philia não deve se dar nem para o semelhante nem para o contrário, mas ter uma orientação interior da alma para o Bem. [Notions philosophiques]
Forma ética do eros, a amizade é um sentimento de simpatia e de afeição mútua entre dois indivíduos independentemente de toda sexualidade. No diálogo que lhe é consagrado, Platão, faz da amizade um pretexto para a disputa oratória sem que uma conclusão possa ser isolada. A definição sobre a qual os protagonistas da troca se livram não satisfaz Sócrates. O Lisis é um texto de juventude. Deve-se esperar o Banquete para que Platão faça da amizade a expressão de uma carência, logo de uma imperfeição. Na tipologia da ética a Nicômaco, Aristóteles distingue as amizades naquilo que elas podem ser fundadas sobre a utilidade, o prazer ou a virtude. Ele desqualifica as duas primeiras das quais é suficiente suprimir a razão para que elas desapareçam. A amizade que visa o bem moral é a única que merece este nome. [Notions philosophiques]