POL 283b-284c: O problema que impõe a arte de medir

ESTRANGEIRO — Não me admira o que respondeste; mas, caro amigo, o que dissemos poderia, a outros, parecer inútil, e sendo bem possível que esse mesmo mal te acontecesse, mais tarde — o que bem pode suceder — ouve estas considerações que convém a todas as questões deste gênero.

SÓCRATES, O JOVEM — Explica-te melhor.

ESTRANGEIRO — Examinemos primeiramente, de maneira geral, o excesso e a falta; e assim teremos uma regra para elogiar ou censurar, nó momento próprio, o que parecer demasiado ou o que for muito pouco, nas conversas que mantemos.

SÓCRATES, O JOVEM — Examinemos, então.

ESTRANGEIRO — Ora, penso que é exatamente a essas coisas que deveríamos aplicar as considerações que faço.

SÓCRATES, O JOVEM — A que coisas?

ESTRANGEIRO — À grandeza e à pequenez, a tudo que constitui excesso ou falta; pois acredito que é a isso tudo que se aplica a arte da medida.

SÓCRATES, O JOVEM — Sim.