Também chamado “Da Oração”, o diálogo se engaja de modo abrupto entre Sócrates e Alcibíades que vai orar a um deus por um assunto que lhe parece importante. Sócrates demanda a Alcibíades se bem refletiu, pois o exemplo de Édipo mostra que a oração pode ter por consequência terríveis infelicidades. Alcibíades replica que Édipo era louco. Sócrates então faz notar que a loucura é o contrário da reflexão. Ora se a loucura é o contrário da reflexão, e se as pessoas que não refletem são mais numerosas que as que refletem, então devemos estar cercados de loucos, o que os fatos desmentem. Por outro lado, a falta de reflexão comporta várias espécies, mas pode-se assim caracterizar: como a reflexão consiste no fato de saber o que deve se dizer e fazer, a falta de reflexão, que é seu contrário, reside no fato de ignorar o que é preciso dizer e fazer. É portanto a ignorância do que é o bem que prejudica a oração. Em certos casos, no entanto, a ignorância é preferível. Pois o pior de tudo é crer que se sabe, quando não se sabe. Os lacedemonianos (segundo Xenofon) eram conscientes que só se dirigiam suas orações aos deuses com uma extrema prudência. Assim, é preciso que Alcibíades espere que um mestre o instrua.
Desde o primeiro século de nossa era paira a dúvida se este diálogo teria sido realmente escrito por Platão. Como o Primeiro Alcibíades também é objeto de controversas sobre sua autenticidade e data que foi escrito, do mesmo modo não se cogita qual seria a data do Segundo Alcibíades. O fato é que o autor deste diálogo usa passagens do Primeiro. (Brisson, Platon, oeuvres complètes)
Estrutura dada por Léon Robin à versão francesa da obra completa de Platão: Platon : Oeuvres complètes, tome 2
- Prólogo
- Irracionalidade e Loucura
- Diversas espécies e diversos graus de irracionalidade
- A ignorância é o que é comum a todas as formas de irracionalidade
- Exemplos de votos inconsiderados
- Ignorar não vale mais que saber?
- Que se imaginar saber ou que saber, sem saber o que vale mais?
- Muito Saber… não se confunde com saber o que é bom
- Como orar?
- Epílogo