O tema da virtude permaneceu muito popular durante toda a Antiguidade, na medida que definia os meios que permitem ao homem se tornar melhor e alcançar a excelência, o que era considerado como a meta última da vida humana. Plotino (Tratado-19) e Porfírio (Sentença 32) propuseram uma síntese de todas as vias filosóficas permitindo alcançar esta meta.
Sócrates coloca a questão de saber como se adquire a virtude a um interlocutor anônimo, qualificado de “discípulo” (hetairos) em vários manuscritos, e de “criador de cavalos” por um destes manuscritos; outro manuscrito até propõe o nome de Menon. Em um primeiro tempo, Sócrates se pergunta se a virtude pode ser ensinada. A resposta é negativa, pois o que pode se ensinar pode se transmitir, e a experiência nos mostra que um homem virtuoso não pode comunicar sua virtude não a sua entourage nem mesmo a seus filhos. Mas então, a virtude não vem da natureza? Também não, pois se assim fosse seria possível a um especialista de reconhecer pessoas virtuosas, como fazem os criadores de cavalos que discernem os melhores corredores. Mas então, o que é a virtude? É um dom divino, conclui Sócrates.
Nenhum intérprete contemporâneo considera autêntico este curto diálogo, que nem é mesmo citado por Diógenes Laércio em seu catálogo dos apócrifos platônicos. Este escrito sem introdução, nem conclusão, se inspira em grande parte no Menon, se aparenta ao Demodocos e ao Sísifo. Trata-se de um exercício de escola retórica, cuja data se desconhece. (Brisson, PLATON, OEUVRES COMPLÈTES)
Estrutura dada por Léon Robin à versão francesa da obra completa de Platão: PLATON : OEUVRES COMPLÈTES, TOME 2