Embora os discípulos imediatos de Aristóteles discutiram e desenvolveram sua obra, foi trezentos anos mais tarde no século primeiro antes de Cristo que comentários sobre Aristóteles começaram. Dos mais antigos comentários só temos fragmentos. Eles focalizaram as Categorias de Aristóteles, que também foi um objeto de ataque. Cedo ou tarde, se questionou porque Aristóteles nomeou precisamente dez categorias, quando Platão estava contente com uma dupla distinção entre relativos e o que existe por seu próprio direito. Não poderiam outras categorias que substância serem todas tratadas como relativas, p. ex. quantidades como grandes, qualidades como bom, ação, postura, quando, onde, e ter? Isso pode depender se tomamos a segunda definição de Aristóteles de relativos em Cat. 7, que é mais reduzida do que a platônica. Pode também depender se a classificação de Aristóteles é de coisas, palavras ou conceitos, pois distinções gramáticas são muito numerosas.
Os mais antigos comentários sobre Aristóteles ainda disponíveis são por membros da escola aristotélica (ou peripatética) no século II AD. Os mais citados são aqueles comentários de Aspásio e, do final do século, os de Alexandre de Afrodisias, embora do primeiro se resumam a fragmentos sobre a Ética a Nicômaco.
Com base na trilogia de Richard Sorabji, “The Philosophy of the Commentators 200-600 AD”, estaremos apresentando, organizado por temas, citações de vários pensadores deste período. Segundo Sorabji esta “filosofia dos comentadores” constitui a transição da Filosofia Antiga para a Filosofia Medieval. Este período começou com a Escola Aristotélica (Peripatética) combatendo Estoicos e Platonistas. Logo o Neoplatonismo se tornou dominante, englobando as outras escolas, embora mantendo suas influências, especialmente aquela do aristotélico Alexandre de Afrodisias. Ele, como a maioria dos outros, fez grande parte de sua filosofia através de comentários sobre a Filosofia mais antiga, e eis a razão porque os filósofos gregos deste período podem ser chamados de comentadores. Os comentário de Alexandre, a maioria mas não os que sobreviveram, são sobre Aristóteles.
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