Tag: Renascença platônica
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Em todas as almas há dois amores, mas na nossa há cinco (Ficino)
Ficino, 1594 Essas duas Vênus e esses dois amores não estão apenas na alma do mundo, mas também nas almas das esferas, dos astros, dos demônios e dos homens. E, como todas as almas se voltam para a alma primordial de acordo com a ordem natural, é necessário que os amores de todas se voltem…
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Do nascimento do amor (Ficino)
Ficino, 1594 Mas voltemos a Diotima. Depois de expor que o amor pertence à ordem dos demônios, conforme as razões já mencionadas, ela descreveu sua origem a Sócrates da seguinte maneira. No dia do nascimento de Vênus, estando os deuses reunidos à mesa, Poro, filho do Conselho, embriagado de néctar, uniu-se a Penia no jardim…
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Da ordem dos demônios venusianos (Ficino)
Ficino, 1594 Certamente, o demônio venusiano é um amor tríplice. Os platônicos situam o primeiro na Vênus celeste, isto é, na própria inteligência da mente angélica. O segundo reside na Vênus vulgar, que representa a capacidade da alma do mundo para gerar. Esses dois são chamados demônios porque se encontram entre a beleza e sua…
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Dos sete dons que Deus concede aos homens (Ficino)
Ficino, 1594 Diz-se que os deuses inferiores servem às ideias de todas as coisas contidas na mente divina, e os demônios servem aos dons desses deuses. Pois tudo passa do grau mais elevado ao mais baixo por meio dos intermediários, de tal forma que as ideias concebidas pela mente divina transmitem seus dons generosamente aos…
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Sobre as almas das esferas e dos demônios (Ficino)
Ficino, 1594 Mas saibam de que modo os demônios habitam essas zonas intermediárias entre o céu e a terra, segundo as palavras de Diotima neste Banquete, as de Sócrates no Fedro e no Filebo, e as do hóspede ateniense em As Leis e Os Epinomes. Platão considera que toda a estrutura deste mundo é governada…
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Como nascem o Amor e o Ódio, ou que a Beleza é incorpórea (Ficino)
Ficino, 1594 De tudo isso, conclui-se que toda a graça do rosto divino, chamada beleza universal, é incorpórea, não apenas nos anjos ou na alma, mas até mesmo no olhar dos olhos. Movidos pela admiração, não amamos apenas essa face como um todo, mas também suas partes, o que dá origem ao amor pela beleza…
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Que a alma foi criada ornamentada com duas luzes, e porque é que desce ao corpo (Ficino)
Ficino, 1594 Por outro lado, a alma, desde o momento de seu nascimento por Deus, volta-se naturalmente para Ele, seu Pai, assim como o fogo gerado na terra, impulsionado por forças superiores, sobe imediatamente para as regiões celestes. Ao se voltar para Deus, a alma é iluminada por seus raios. No entanto, esse primeiro brilho,…
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O homem é a própria alma e a alma é imortal (Ficino)
Ficino, 1594 Como o corpo é composto de matéria e quantidade, e à matéria cabe receber, enquanto à quantidade cabe ser dividida e estendida, e como recepção e divisão são paixões, segue-se que o corpo, por sua própria natureza, está sujeito à paixão e à corrupção. Se uma ação parece ser própria do corpo, não…
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Amor – Bem – Beleza (Ficino)
Ficino, 1594 Até aqui falamos [do amor] sobre sua origem e nobreza. Agora creio que devemos falar sobre sua utilidade. E certamente é supérfluo enumerar cada um dos benefícios que o amor confere ao gênero humano, sobretudo quando podemos reduzi-los todos a ele. Pois tudo se resume nisto: que, uma vez evitado o mal, sigamos…
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Regra para louvar o amor. Qual a sua dignidade e grandeza (Ficino)
Ficino, 1594 Todo filósofo platônico considera que toda coisa possui três aspectos: o que a precede, o que a acompanha e o que a segue. Se esses aspectos são positivos, a coisa é elogiada; se são negativos, é criticada. A perfeição do elogio reside em examinar sua origem, descrever seu estado atual e apresentar seus…
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Ficino (Teologia Platônica:XVIII.2) – Anjos e almas nem sempre existiram
Estabelecemos uma hierarquia entre os corpos; estabeleçamos uma hierarquia entre os Espíritos. Há o Espírito superior, que sempre existiu e sempre existirá: é Deus. Há os Espíritos inferiores dos animais, que nem sempre existiram e nem sempre existirão. É necessário que entre esses extremos tão diferentes haja duas espécies de Espíritos intermediários, que participem tanto…
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Teologia Platônica da Imortalidade da Alma (Ficino)
FICINO, M. Théologie platonicienne de l’immortalité des âmes. Raymond Marcel. Paris: Les Belles Lettres, 1964 LIVRO PRIMEIRO: O Primeiro Livro leva a Deus Cap. I — Se a alma não fosse imortal, o homem seria a mais infeliz das criaturas Cap. II — O corpo por natureza não faz nada Cap. III — Acima da…
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More x Descartes: Extensão Material e Espiritual
À perplexidade e às objeções de seu admirador inglês Descartes responde — e sua resposta é surpreendentemente moderada e cortês — que é um erro definir a matéria por sua relação com os sentidos, porquanto ao assim procedermos corremos o risco de deixar escapar sua verdadeira essência, que não depende da existência dos homens, e…
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More x Descartes: Infinito
Chegamos agora à quarta objeção de More a Descartes, a mais importante:” Quarto, não entendo vossa extensão indefinida do mundo, porque ou ela é infinita em si mesma ou em relação a nós somente. Se entendeis que a extensão seja infinita em si mesma, por que obscureceis vosso pensamento com palavras por demais simples e…
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Ficino – Teologia Platônica (apresentação)
Segundo Raymond Marcel (1964), esta obra de Ficino pode ser considerada como a principal em sua bibliografia. O pensamento de Ficino em toda sua obra, e em especial nesta, oscila entre dois polos: Deus e a alma; e quem quer que aborde sua obra não deve jamais esquecer que sua única preocupação foi de buscar…
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A PREFATORY DISCOURSE CONCERNING THE TRUE WAY OR METHOD OF ATTAINING DIVINE KNOWLEDGE.
In the discourse here printed John Smith gives in a few broad strokes the general method of this group; the paper was designed by him as “a necessary introduction” to his other discourses, his friend John Worthington says. As this looks at religion from the point of view of how man is to know God,…
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Teologia Platônica XV
Neste Livro XV, segundo Raymond Marcel (1964), Ficino quer responder à questão: “a alma humana é única?”. Concernindo o erro de Averróis, Ficino responde por um verdadeiro de Unitate intellectus, cujas ressonâncias tomistas são inegáveis, mas cujo essencial permanece original. Livro Décimo-Quinto: Solução das objeções de Averróis sobre o intelecto. Cinco questões sobre a alma…
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Ullmann: Nicolau de Cusa
Excertos de “PLOTINO, UM ESTUDO DAS ENÉADAS”, de R. A. Ullmann Seria impossível entender-lhe o pensamento, sem o vincularmos a Eckhart. Do Uno, que contém virtualmente tudo, procede a multiplicidade das coisas. Aliás, já Santo Tomás escrevera, referindo-se a Deus, com uma citação de Dionísio Areopagita: “(…) na causa de tudo é mister que preexistam…
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Henry More: Deus e Espaço, Espírito e Matéria
Excertos do livro de Alexandre Koyré, “Do Mundo Fechado ao Universo Infinito”. Forense, 1986. Trad. Donaldson M. Garschagen. Nem o rompimento da correspondência com Descartes nem a morte deste último puseram fim à preocupação de Henry More com a doutrina do grande filósofo francês. Poderíamos mesmo dizer que toda a evolução ulterior de More foi…