topos

topos: lugar

Os pré-socráticos até aos atomistas associaram o ser com a extensão espacial de tal forma que até mesmo o arithmos pitagórico tem extensão (ver Aristóteles, Metafísica 7080b, 1083b), e a suposição constitui a hipótese de um dos argumentos de Zenão, citados na Physica IV, 209a: «Se tudo o que existe tem um lugar…». O interesse de Platão pelo problema está mais na área (chora) na qual a genesis ocorre (Timeu 52a-c), papel análogo ao desempenhado pela hyle em Aristóteles e, daí a acusação de Aristóteles de que Platão identificou a chora com a hyle. (Physica IV, 209b).

A própria abordagem de Aristóteles é feita do ponto de vista da kinesis, a qual está subjacente a toda discussão do topos na Physica IV, 208a-213a, e define o topos (ibid. 212a) como o «limite fixo do corpo continente»; dado que os objetos podem mudar de lugar, este é obviamente diferente dos objetos que nele estão (ibid. 208b).

Para a teoria aristotélica do «lugar natural» ver stoicheion; sobre o problema do «lugar das Formas» (topos eidou), eidos 17 e noeton. (Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters)


topos (ho): lugar.

Considerado por Aristóteles como categoria em sua enumeração na forma interrogativa: poû (Cat., IV), mas não desenvolvida depois; ao contrário, os Tópicos (topika) são dedicados ao uso dos “lugares”-comuns da discussão. O lugar é tratado mais seriamente em seu sentido cosmológico na Física (IV, 1-9). Os céticos chamam de lugares “os modos que fazem concluir pela suspensão do juízo”- (Sexto Empírico, Hipot., I, 36). (Gobry)


Para Aristóteles, a existência do espaço se justifica pelo fato que aí se encontra um corpo se poderia encontrar um outro, e que portanto o lugar deve ser algo de diferente dos corpos que o ocupam. Seguindo os pressupostos fundamentais de sua teoria da matéria, os lugares do cosmos são qualitativamente diferentes, sendo dado que os elementos primordiais têm tendência natural de ir para certos lugares e de aí permanecer. Segundo sua determinação final, “lugar” é o primeiro limite imutável do recipiente, quer dizer o lugar de uma coisa é o limite interno do primeiro corpo imutável que o contém. Assim, enquanto toda coisa no universo se encontra em algum lugar, o universo ele mesmo — “um, solitário e perfeito” — não está em parte alguma. (Notions Philosophiques)

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