estruturas do imaginário

O mito condensa, numa só história, uma multiplicidade de situações análogas; mais além de suas imagens movimentadas e coloridas como desenhos animados, permite a descoberta de tipos de relações constantes, i.e., de estruturas.

Mas essas estruturas, animadas de símbolos, não permanecem estáticas. Seu dinamismo pode tomar duas direções opostas. A via de identificação com os deuses e com os heróis imaginários conduz a uma espécie de alienação: as estruturas são, nesse caso, qualificadas de esquizomorfas (G. Durand) ou de heterogeneizantes (S. Lupasco); elas tendem, com efeito, a tornar o sujeito semelhante ao outro, ao objeto da imagem, a identificá-lo a esse mundo imaginário e a separá-lo do mundo real. Ao contrário, a via de integração dos valores simbólicos, expressos através das estruturas do imaginário, favorece a individuação ou o desenvolvimento harmonioso da pessoa; essas estruturas são, nesse caso, chamadas de isomorfas, homogeneizantes, como incitações a que seu sujeito se torne ele próprio, em vez de alienar-se num herói mítico. Se se considerar o aspecto sintético dessa integração — que é uma assimilação interior a si mesma dos valores exteriores, em vez de ser uma assimilação de si mesma aos valores exteriores — qualificar-se-ão essas estruturas de equilibrantes ou de antagonismo equilibrado. (DS)