Hades

Vocábulo grego que deriva, literalmente, de ” aeidos” (invisível) e que no Novo Testamento corresponde ao sheol. Na tradução do Antigo Testamento para o grego conhecida como Septuaginta ou Tradução dos LXX, encontra-se a origem dessa identificação.

Designa o lugar para onde vão os espíritos dos mortos e jamais deve ser confundido, como já aconteceu, com sepulcro (queber, em hebraico; mnemeion, em grego).

O Antigo Testamento afirma que no sheol ou hades encontram-se conscientes as almas dos defuntos (Is 4,9-10; Ez 32,21 etc.) e no período do Segundo Templo já se afirmava que esse lugar estava dividido em duas regiões: a destinada aos justos (seio de Abraão) e a ocupada pelos condenados ( geena).

Referências a esse ponto de vista aparecem no Talmude e em autores judeus como Flávio Josefo (Discurso aos gregos acerca do Hades).

Esse mesmo ponto de vista é o conteúdo do ensinamento de Jesus quando descreve o Hades como um lugar de castigo consciente (Lc 16,2124) e quando, em repetidas ocasiões, fez referências ao castigo eterno dos condenados (Mt 25,46) expresso em termos de choro e ranger de dentes (Mt 8,12; 13,42; 24,51; 25,30; Lc 13,28), trevas (Mt 8,12), fogo (Mt 18,8; Mc 9,47-48) etc.

Essa ideia de tormento eterno dos condenados aparece também no restante do Novo Testamento (Ap 14,11; 20,10 etc.).

No Apocalipse 20,13-15, Hades é uma sinédoque: são os espíritos dos mortos que serão lançados no lago de fogo e enxofre (a geena) (Ap 20,13-5). [Manzanares]