Pretendeu-se que Kybele derivava de kybos. Aqui, pelo menos, não há o contra-senso que acabamos de assinalar;mas, por outro lado, essa etimologia tem em comum com a precedente o defeito de só levar em consideração as duas primeiras das três letras que constituem a raiz de Kybele, o que a torna igualmente impossível do ponto de vista específico da linguística. Se quisermos ver apenas entre as duas palavras uma certa similaridade fonética que pode, como acontece muitas vezes, ter algum valor do ponto de vista simbólico, isso é uma coisa bem diferente. Antes porém de estudar mais de perto esse ponto, diremos que, na realidade, o nome Kybele não é de origem grega, e que além disso sua verdadeira etimologia nada tem de enigmático ou de duvidoso. Esse nome, de fato, liga-se diretamente ao hebreu gebal e ao árabe jabal, “montanha”; a diferença da primeira letra não pode dar margem a qualquer objeção a esse respeito, pois a mudança de g em k, ou inversamente, é uma modificação apenas secundária e que pode ser encontrada em muitos outros exemplos. Assim, Cibele é exatamente a “deusa da montanha”;4 e, fato digno de nota, seu nome, nessa significação, é o equivalente exato de Parvatí na tradição hindu. (Guénon)