Sibila

Em um livro recente, Jackson Knight expõe interessantes pesquisas que tiveram como ponto de partida a passagem do sexto livro da Eneida, em que são descritas as portas do antro da Sibila de Cumas. Por que o labirinto de Creta e sua história estão figurados nessas portas? Ele se recusa, com muita razão, a ver nisso, como fazem todos aqueles que não vão além das concepções “literárias” modernas, uma simples digressão mais ou menos inútil. Ao contrário, acredita que essa passagem deve ter um real valor simbólico, que se fundamenta sobre a estreita relação entre o labirinto e a caverna, ligados ambos à ideia de uma viagem subterrânea. Essa ideia, segundo a interpretação que pode ser feita a partir de dados concordantes pertencentes a épocas e regiões muito diferentes, teria estado originariamente ligada aos ritos funerais e teria sido, a seguir, em virtude de uma certa analogia, transportada aos ritos iniciáticos. [Guénon]