Plotino – Tratado 20,1 (I, 3, 1) — A dialética como método de escalada

Tradução desde MacKenna

1. Que arte há, que método, que disciplina para nos aportar aí onde devemos ir?

O Termo que devemos alcançar podemos aceitar como acordado: estabelecemos alhures, por muitas considerações, que nossa viagem é para o Bem, para o Princípio-Primal; e, de fato, o próprio raciocínio que descobriu o Termo foi ele mesmo algo como uma iniciação.

Mas que ordem de seres alcançarão o Termo?

Certamente, conforme lemos, aqueles que já viram tudo a maioria das coisas, aqueles que em seu primeiro nascimento entraram no embrião de vida do qual deve surgir um metafísico, um músico ou um amante de nascença, o metafísico tomando o caminho por instinto, o músico e a natureza peculiarmente suscetível a amar necessitando condução exterior.

Mas como se dispõe o curso? É o mesmo para todos, ou há um método distinto para cada classe de temperamento?

Para todos há dois estágios no caminho, conforme estão se elevando ou já ganharam a esfera superior.

O primeiro grau é a conversão desde a vida inferior; o segundo — mantido por aqueles que já fizeram seu caminho para a esfera dos Inteligíveis, estabeleceram como tal uma marca aí mas devem ainda avançar dentro do reino — pelo menos até alcançarem a conquista absoluta do lugar, o Termo alcançado quando o pico mais alto do reino Intelectual é conquistado.

Mas este grau mais alto deve aguardar seu tempo: vamos primeiro tentar falar do processo inicial de conversão.

Devemos começar pela distinção de três tipos. Tomemos o músico primeiro e indiquemos seu equipamento temperamental para a tarefa.

O músico podemos pensar como sendo excessivamente responsivo à beleza, arrebatado em um rapto por ela: de alguma forma lento em estimular seu próprio impulso, responde de pronto a estímulos externos: como os tímidos são sensitivos ao ruído assim ele aos tons e a beleza que apresentam; tudo que ofende contra uníssono ou harmonia em melodias e ritmos o repele; ele anseia por medida e padrões conformados.

Esta tendência natural deve ser o ponto de partida de tal homem; ele deve ser arrebatado pelo tom, ritmo e configuração em coisas dos sentidos: ele deve aprender a distinguir as formas materiais do Existente-Autêntico que é a forma de todas estas correspondências e da totalidade do esquema arrazoado na obra de arte: ele deve ser levado à Beleza que manifesta a si mesma através dessas formas; ele deve ser informado que o que o arrebata nada mais é que a Harmonia do mundo Intelectual e a Beleza naquela esfera, não uma forma qualquer de beleza mas a Beleza-Total, a Beleza Absoluta; e as verdades da filosofia devem ser implantadas nele para conduzi-lo à fé naquilo que, desconhecendo-o, ele possui dentro dele mesmo. O que estas verdades são demonstraremos mais tarde.

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