Plotino – Tratado 46,1 (I, 4, 1) — A felicidade pertence aos seres vivos outros que o homem?

tradução desde MacKenna

1. Devemos fazer da Verdadeira Felicidade [eudaimonia] idêntica ao Bem-estar [eu zen] ou a Prosperidade e portanto ao alcance dos outros seres vivos [zoois] assim como nós mesmos?

Não há certamente nenhuma razão para negar o bem-estar a qualquer deles enquanto seu destino os permite florescer sem impedimentos segundo suas espécies.

Se fazemos do Bem-estar consistir em agradáveis condições de vida, ou na realização de alguma tarefa apropriada, por qualquer conta ele pode se dar a eles como a nós. Pois certamente podem de pronto serem agradavelmente postos e engajados sobre alguma função que jaz em sua natureza: tome como um caso tais seres vivos como tendo o dom da música; encontrando-se eles mesmos bem em outras maneiras, cantam, também, como é sua natureza, e assim seu dia é agradável a eles.

E se, mesmo, estabelecemos a Felicidade em algum Termo supremo perseguido por tendência inata, então neste posto, também, devemos permiti-la a animais do momento de seu alcance deste Supremo: a natureza neles chega a uma parada, tendo preenchido seu curso vital de um início a um fim.

Poderia ser uma noção desagradável, este rebaixamento da felicidade tão baixa quanto o mundo animal — refazendo-a, enquanto devemos, mesmo ao mais vil de todos e não sustentando-a mesmo nas plantas, vivendo elas também e tendo um vida desdobrando a um Termo [telos].

Mas, para começar, é certamente insano negar aquele bem de vida a animais somente porque não parecem ao homem ser de grande conta. E no tocante as plantas, necessitamos não necessariamente permitir a elas o que acordamos às outras formas de vida, posto que não têm sentimento. É verdade que poderia alguém achar-se declarando a prosperidade possível mesmo às plantas: elas têm vida, e a vida pode trazer bem ou mal; as plantas podem vicejar ou definhar, ganhar porte ou definhar.

Não: se o Prazer [hedone] for o Termo, se aqui for o bem da vida, é impossível negar o bem da vida a qualquer ordem de coisas vivas; se o Termo for a paz-interior [ataraxia], igualmente impossível; impossível, também, se o bem da vida for viver de acordo com o propósito da natureza [physis].

Igal

Guthrie

MacKenna


COMENTÁRIOS BRISSON

Pour déterminer si le bonheur appartient aux êtres vivants autres que l’homme, Plotin envisage successivement deux hypothèses : selon la première, le bonheur se définit comme la vie bonne (lignes 1 à 10), et selon la seconde, le bonheur est considéré comme une fin (lignes 10 à 15). La première se dédouble, puisque la vie bonne est envisagée soit comme le bien-être, soit comme l’accomplissement de la fonction propre. Selon ces différentes hypothèses, la conclusion qui s’impose est que le bonheur doit être accordé aux êtres vivants autres que l’homme. L’identité entre la vie bonne et le bonheur est évoquée par Aristote dans l’Éthique à Nicomaque EN1, 2, qui souligne que sur ce point, on observe un accord entre les hommes : « Tous assimilent le fait de bien vivre et de réussir au fait d’être heureux » (1095a18-20, trad. J. Tricot). [BPT45-50:164]

Postagens em