phronesis

Inteligência (phronêsis)

Esclarecimentos conceituais: a palavra “inteligência” se estabeleceu como designação para o saber prático, que proporciona uma competência de ação apropriada à situação em questão. O conceito foi marcado especialmente pelo tratamento de Aristóteles no Livro VI da Ética a Nicômaco. Em Platão, o uso de phronêsis não foi fixado dessa forma: embora Platão conheça phronêsis como designação para uma determinada virtude (Sof. 247a-b; Féd. 69a-b), essa palavra, frequentemente sinônima de outros conceitos (nus, epistêmê, sophia), é empregada nele, em linhas gerais, para o conhecimento intelectual (Fil. 13e s.; Eutid. 281b-c; Rep. 443e s.). Por essa razão, em muitas passagens não há uma clara distinção possível entre conhecimento teórico e conhecimento prático, nem entre inteligência como competência na ação concreta, razão como princípio definidor da moralidade da ação em geral (ver ação) e um saber prático que reflete de maneira teórica sobre o modo da ação correta; eventualmente é antes pela interpretação filosófica do que pela terminologia empregada que se deduz o aspecto pretendido. Além disso, a prudência (sôphrosynê) também é frequentemente definida como a virtude central da conduta baseada no saber correto e pode assumir uma posição semelhante àquela normalmente atribuída à inteligência (Cármides; provavelmente na tradição socrática: Xenofonte, Memorabilia 3, 9, 4). As explanações seguintes se restringem, independentemente da terminologia grega, ao fenômeno do saber que guia a ação. (SCHÄFER)